sábado, julho 30, 2005

Parem de ajudar os pretos!!!

«(...)

No passado 06/07/2005 , na revista Alemã "Der Spiegel" , sob o título "Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África!", um africano , especialista em economia e profundo conhecedor das realidades africanas, James Shikwati, do Quénia, afirma numa entrevista ao jornalista de Hamburgo Thilo Thielke que a ajuda internacional só alimenta a corrupção e impede que a economia se desenvolva, que destrói e acaba com a produção agrícola e industrial e causa desemprego, consequentemente criando mais miséria e mais dependência.

Afirma este africano lúcido que a ajuda ao continente africano é mais prejudicial que benéfica , realçou os efeitos desastrosos da política de desenvolvimento ocidental na África, falou sobre governantes corruptos e a tendência de exagerar por interesse o já por si grave problema da Sida. Burocracias gigantescas e inoperacionais são financiadas com o dinheiro da ajuda dos países ocidentais. A corrupção e a complacência são promovidas, os africanos aprenderam a ser mendigos, e tornam-se parasitas e dependentes. Além disso, a ajuda ao desenvolvimento enfraquece os mercados locais em toda parte e mina o espírito empreendedor que é fundamental em qualquer sociedade dando origem a que os países que receberam mais ajuda ao desenvolvimento também são os que estão actualmente em pior situação.

Por mais absurdo que á primeira vista possa parecer, a ajuda ao desenvolvimento é uma das principais causas dos problemas da África. Se o Ocidente cancelasse esses pagamentos, o povo ,os africanos comuns, nem sequer perceberiam. Somente os funcionários públicos e dos programas de ajuda o sentiriam e seriam atingidos.

Ao serem obrigados a encontrar sozinhos as soluções para os seus problemas, os africanos têm a possibilidade de recuperar a dignidade perdida e, eventualmente, a de abrir caminhos originais e novas soluções á sua escala e ao seu ritmo para evoluir.

A fome não deveria ser um problema na maioria dos países ao sul do Saara pois nestes países existem vastos recursos naturais como petróleo, ouro, diamantes. Nos países industrializados existe a sensação de que a África naufragaria sem a ajuda ao desenvolvimento. Será assim ? A África já existia antes das ajudas aparecerem. Até a sida é um grande negócio, talvez o maior negócio da África. Não há nada capaz de gerar tanto dinheiro de ajudas quanto as fotografias das criancinhas e os números chocantes sobre a sida. Em Africa esta é em primeiro lugar uma doença política. Milhões de dólares e euros destinados ao combate à sida estão guardados em contas bancárias, nos próprios países e noutras partes do mundo, e não foram gastos naquilo a que se destinavam. Os governantes e políticos ficaram cheios de dinheiro, e continuam a desviar o máximo possível em proveito próprio . O falecido tirano da República Centro Africana, Jean Bedel Bokassa, resumiu cinicamente tudo isso dizendo: "O governo francês paga por tudo no nosso país. Nós pedimos dinheiro aos franceses,eles mandam , nós recebemos e então gastamos".

Todos os anos chegam ao Quénia e a outros países rios de dinheiro , alimentos e roupa usada doada por cidadãos Ocidentais que querem ajudar os africanos. Shikwati pergunta : Porquê enviar para África essas montanhas de roupas e agasalhos ? Ninguém passa frio no clima africano! A quase totalidade dela não é entregue ao povo . Em vez disso aparece a preços irrisórios á venda nos chamados mercados Mitumba e por isso os costureiros tradicionais perdem o seu unico ganha-pão. Eles estão na mesma situação que os agricultores. Ninguém no mundo de baixos salários de África pode ser eficiente o bastante para acompanhar o ritmo e os preços a que são vendidos os produtos doados. Em 1997 havia 137 mil trabalhadores empregados na indústria têxtil da Nigéria. Em 2003 o número tinha caído para 57 mil. Os resultados são iguais em todas as outras regiões onde o excesso de ajuda e os frágeis mercados africanos entram em colisão.

Quando inquirido sobre se uma retirada neste momento dos programas de ajuda internacionais não iria aumentar a miséria e o desemprego , o economista rematou : A África precisa dar os primeiros passos na modernidade por conta própria. Deve haver uma mudança de mentalidade. Teem de parar de se auto-considerar mendigos. Hoje em dia os africanos só se vêem como vítimas , como coitadinhos. Por outro lado, ninguém pode realmente imaginar um africano como um honesto e próspero homem de negócios. Para mudar a situação actual, seria útil se as organizações de ajuda saíssem.

A África tem que erguer-se sobre os próprios pés.»

Peço desculpa pelo tamanho do post mas achei este artigo demasiado interessante para não o partilhar.

1 comentários:

Anónimo disse...

Finalmente a preguiça acabou!! ;-)