quinta-feira, outubro 30, 2008

O ciclo da vida?


"Ainda me restam forças. Para partir. Morrer na terra que me viu nascer"


Milhares de anos de evolução. Durante milhares e milhares de anos fomos nómadas, mudando de local tão facilmente quanto as circunstâncias o justificassem. Um punhado de poucos milhares de homens bastou para alcançar a quase globalidade do planeta. Fosse este ainda maior!

Que sentimento é este? Porque é tão difícil partir, e tão imperioso voltar? Estará o Homem tão diferente?

Aproveitando para felicitar o brio e coragem daqueles que venceram este aforismo humano, entre os quais se encontram alguns dos mais notáveis amendoins deste blogue, aguardam-se comentários e opiniões.

15 comentários:

Anónimo disse...

Viva a nossa terra pá!! Não há nada mais lindo que a nossa casa e a nossa rua, onde brincamos, crescemos e aprendemos.

Anónimo disse...

Eu fui prá França á 30 anus e inda não tive sudades de purtugal. Já pensei muintas veses voltar a purtugal nas férias de veram, mas num é percizo uma vez que os meus artistas perferidos vão todos todos tocar á casa do pobo do bairro paris X.

É com alguma acidoidade que venho ao vosso blogue e gosto muinto do que escrevem. Foi muinto bom para não me esqueser de como se escreve a língua do camões.
ás veses não precebo o que é que querem dizer algumas palavras e nessa altura vou logo ao dicionário que comprei na fnac de paris e que é da porto editora.
Tenho pena que o nosso país tenha agora uma educação tão má.
Eu tenho a 4ª classe e consigo escrever sem errus. Hoje em dia naõ é acim. pelu menos é o que vejo na rtp internacional.

Obrigado por se lembrarem dus imigrantes

Anónimo disse...

Caríssimo senhor "O Emigra", em nome dos AmendoisDoRicky agradeço as suas palavras elogiosas. É com gosto que ouvimos que o artigo lhe agradou, revendo-se nele. Continue a praticar o bom português... lakdj aklsjdkl INTERFERÊNCIA DA PÁTRIA PORTUGUESA (Nimpo dominado pelo espírito do Engenheiro José Sócrates) - Se puder, caro emigrante, compre o Magalhães e exercite-o de forma entusiasmante e interactiva. Magalhães, um computador feito pelos Portugueses para os Portugueses (e Venezuelanos também) aoskd alksdjkljd FIM DE INTERFERÊNCIA DA PÁTRIA PORTUGUESA.

Anónimo disse...

Temos a opinião de um emigrante anónimo que diz não ter saudades do seu país de origem, pese embora ter referido já ter pensado voltar nas férias. Manifesta também o gosto de assistir a manifestações da cultura popular portuguesa, que aparentemente o vão fazendo esquecer dessa necessidade de regressar, bem como de visionar canais televisivos portugueses ou blogues portugueses, como este. Tudo isto revela que o seu local de origem não lhe é indiferente e que algo dentro de si o procura.

Mais opiniões sobre este tema? Poderá o zeitgeist da nossa infância ser o derradeiro refúgio de paz do nosso subconsciente?

Anónimo disse...

Aqui na franca/suica/uk/alemanha/etc e k e bom...Muiiito melhor k Portugal...

Portugal nao presta...Aqui tem-se tudo e nao falta nada...Portugal n tem nada...

Enfim e este o paleio de mt emigrante Tuga...tenho pena dakeles k tentam renunciar a sua patria e referenciar so os aspectos negativos dela....Se calhar Portugal e feito de Portugueses...e se alguma coisa esta mal e culpa dos portugueses...

Muitos tugas emigra em Portugal nao fazem nada...e vem para o estrangeiro e trabalham de sol a sol...se calhar e essa a diferenca...se fizessem isso em Portugal talvez o pais fosse melhor...

Bem na minha opiniao acho k as coisas no estrangeiro sao meramente diferentes...e so isso...diferentes....Nao melhor, nao pior...Diferentes...E kuanto ao k de mau existe em Portugal nos outros lados tb ha coisas mas...e boas tb como e claro...

Sou Portugues e tenho mt orgulho nisso (apesar de estar sp a ser confundido com espanhol, mas gosto da diferenciacao) e Portugal sera sp a minha patria, a minha nacao..o local onde kero viver a maior parte da minha vida...kero voltar...mas como Nomada k sou...kero meramente experimentar outras culturas nestes anos de juventude...e kem sabe...por esta forma...dar mais valor ao nosso kerido Pais...

Tenhu dito....

Amendoim do Ricky disse...

Está tudo dito pelo skykodak. Parece-me consensual e normal que o homem tem tendência a desenvolver uma afinidade pelo local onde nasceu, cresceu e encontrou a sua base familiar. Mesmo que muitos se vejam obrigados a abandonar esse local, seja por motivos de força maior, ou, simplesmente vontade de experimentar outra vida é-lhes difícil libertarem-se das suas raízes. Além que para mim o português tem uma particularidade que o distingue dos outros povos - por muito que seja suspeito ao citá-lo -, que está directamente relacionado com a nossa matriz cultural, a nostalgia e a saudade, palavra que por algum motivo só existe no vocábulo português.

Como eu gosto de dizer: senão fossemos portugueses seriamos estrangeiros.

Anónimo disse...

O o shihan volta-nos a presentear com mais um rol de banalidades das quais só ele é capaz... Pode parecer um insulto, mas é concomitantemente um elogio. Não imagino mais ninguém a conseguir juntar de forma harmoniosa um tão grande número de banalidades e fazer do conjunto final um discurso. Fique sabendo sr. o shihan, que se todos fossem como eu o seu lugar era na Assembleia da República onde poderia travar um debate interessante com o José Sócrates. No fim, o desafio seria, que nem crianças folheando um livro do "onde está o wally" descobrir o conteúdo do discurso de cada um.

Parabéns o shihan.

Ao que parece todos se esqueceram da essência do texto, do "porque mudámos"...

Amendoim do Ricky disse...

Meu caro "eucinéfilo", você é sem sombras de dúvidas admirável, se fosse outro talvez não merecesse resposta, mas como nos diverte tanto com as suas constantes alarvidades e discursos tão expressivos vou-me dar ao cuidado de lhe replicar.

Já todos percebemos que está na sua natureza a crítica, o dizer mal, o arrogante egocentrismo, no fundo, não passa do nosso marreta que do canto do seu confortável anonimato, protegido pelo seu ego escondido atrás de um monitor desenvolve a maledicência quanto aos outros diz respeito.

Repare que ao "elogiar-me" - e desde já lhe agradeço pela sua vontade em dar-me um tacho que tanto me fazia jeito, e logo ao lado desse ícone da política moderna senhore Xócrates - comete o lapso e incorre no mesmo erro que me aponta, isto é, em responder à essência do texto como disse, mas percebo que não seja esse o seu desígnio ao visitar-nos, preferindo explorar a sua liberdade para apreciar os outros, como eu utilizo a minha para comentar o que quiser, como quiser.

Agradeço-lhe novamente pela sua perca de tempo aqui privando-se com certeza de produzir o que realmente as suas obrigações lhe impõem.

Disponha sempre.

Com amor, carinho, amizade e uma ponta de vontade em partilhar consigo uma perninha de frango no churrasco com batatinhas fritas,

“O Shihan”

Anónimo disse...

Prezado "o shihan", notei uma ponta de irritação no seu discurso. Compreendo que por vezes as expectativas que temos sobre nós mesmos sejam impeditivas de uma avaliação coerente, e compreendo que pode ser um choque quando nos confrontamos com a dura e crua realidade.
Digo-lhe também, que a maior parte das vezes que vemos essas expectativas goradas, hiperbolizamos o valor da diferença entre o expectado e o realizado. Não tem, portanto, nada que se preocupar. Continua a estar no meu coração.
Em relação ao facto de na realidade não comentar o post, fi-lo, como deve imaginar, de forma propositada. A simpatia que nutro por si condicionou a prioridade de responder ao seu comentário antes em vez de responder ao post em si.

O homem, como os restantes seres vivos, foi alvo de uma longa evolução. Evolução essa em que o biológico e o social muitas vezes se confundem.
Começámos nómadas, vagueávamos em busca de alimento. A terra já possuía tudo, e nós aproveitávamos e andávamos de terra em terra consumindo os recursos. É aliás isso que acontece com a grande maioria dos restantes animais ainda hoje... Mesmo que muitas vezes andem à volta sempre do mesmo local, não nos podemos esquecer que a sua escala e as suas necessidades alimentares são bem diferentes das nossas.
No entanto e durante todo este processo evolutivo, desenvolvemos também outro ponto fundamental da nossa natureza...os laços familiares. Não estou a falar da família cristã do pai, mãe e filhinhos. Falo de uma família mais ampla, onde todos se ajudam, onde todos têm as suas tarefas, onde todos contribuem para a sobrevivência e o bem estar de todos. Aqueles que possuíam estas características foram seleccionados em relação àqueles com os genes "rambo" e que preferiam fazer tudo sozinhos.
Claro que sendo todo o grupo nómada, não havia o problema e quebrar laços, estes acompanhavam-nos em toda a nossa jornada.
Mais tarde, começámos a dominar a agricultura e a construir as nossas próprias habitações. Começámos a domesticar animais que não só nos davam uma preciosa ajuda, como também eram uma rica fonte de alimento. Com essa possibilidade de nos mantermos num só local, a nossa sobrevivência média aumentou de forma substancial. Perigos de outrora, fruto do desconhecimento das novas regiões atravessadas e de animais ferozes aí presentes desapareceram. Começámos a viver mais tempo e melhor. Começámos também a viver em grupos maiores, criando outros laços (é fácil para nós criar laços).
Para além disto tudo somos seres inteligentes, muito inteligentes se nos compararmos com os restantes animais (infinitamente inteligente no meu caso particular). Essa inteligência encerra, entre muitas outras coisas, a curiosidade.
É então com base nesta dicotomia Manutenção de laços/curiosidade-viver melhor que se podem explicar os emigrantes.
Claro que no caso de alguns, muito pobres, a justificação prende-se mais com o "viver melhor", mas no caso de outros, com uma formação superior e com capacidades para viver, pelo menos, quase tão bem por cá como lá por fora, a justificação prender-se-á mais com o factor "curiosidade". Fora destes há ainda outro factor, o da ambição, que faz com que muitos queiram ir para fora, apenas para serem mais conhecidos na sua área. Nem que seja mais tarde, quando voltarem.

Sobre esta dicotomia Laços/curiosidade, deixo-vos uma lindíssima quadra de Sophia de Melo Breyner Anderson

Pudesse eu não ter laços nem limites/
Ó vida de mil faces transbordantes/
Para poder responder aos teus convites/
Suspensos na surpresa dos instantes.

Anónimo disse...

É de facto uma quadra lindíssima e perfeita para o teor deste post. Obrigado por partilha-la Eucinéfilo. Sophia de Melo Breyner fora notável na expressão deste fascinante conflito interior entre a curiosidade e os laços.

Pois, mais uma vez, Darwin. O Homem que se organizou em comunidade, cultivando, criando animais, estabelecendo-se, terá sido decididamente um factor potenciador da sobrevivência, em oposto ao Homem nómada, sem dúvida mais vulnerável às adversidades. Assim, a selecção natural foi favorecendo o Homem que cultivava o gosto pelo local onde cresceu, o que lhe atormentava a ideia de o abandonar.

Estará aqui a génese dos territórios, do patriotismo, do bairrismo, de milhares e milhares de disputas, guerras e mortes, como que o preço natural a pagar por esta direcção da evolução humana.

Sim, faz todo o sentido que tenha sido isto. Darwin responde a praticamente todas as questões.

Amendoim do Ricky disse...

Como vê meu caro eucinéfalo, perder menos tempo em criticar os outros e dar a sua opinião, seja em jeito de dissertação redundante ou em poesia, caí-lhe muito melhor, e acredite que não há qualquer resquício de irritação no meu discurso, bem pelo contrário, estas altercações consigo - seja lá quem seja o seu infinitamente superior -, são-me por demais agradáveis.

Nimpo, essa do Darwin e a sua teoria que tudo explica comigo não cola. Como diz a próxima Vice-Presidente dos Estados Unidos da América, essa coisa da evolução são tudo tretas, o homem é assim porque nasceu assim, Deus assim o abençoou e da mesma forma vai limpar o sebo a todos os infiéis no dia do juízo final. Apenas no Alasca e em outros pequenos paraísos se viverá para além desses dias, na graça e bondade de Deus.

Deus abençoe a América, Deus abençoe o herege e celerado eucinéfalo.

Anónimo disse...

lolol abençoada seja essa senhora e o seu Deus infantil, mimado e vingativo. Ainda há-de chegar a presidente, essa mentecapta e hipócrita.

Anónimo disse...

Gostei da sobranceria deste seu último comentário "o shihan". Deu-lhe uma segurança que não é habitual em si.
A possibilidade que teve em adjectivar a minha opinião deu-lhe uma força ainda maior que a que imaginei que pudesse dar. Agora tem é de começar a associar essa confiança e consequente opinião a uma maior profundidade. Acredite que é capaz e vai ver que logo, logo, nos presenteará com algo mais digno da sua pessoa (seja lá ela quem for, pois ao contrário do que já aqui escreveu, não sou o único que me escondo no meu anonimato).

Agradeço-lhe ainda os adjectivos que guardou para mim no fim do seu comentário. É com gosto que me chamam herege ou facínora, em especial quando quem me dedica tais impropérios se dá ao trabalho de os ir procurar a um dicionário...

Amendoim do Ricky disse...

lolololol Não leve as coisas tão a peito "eucinéfalo", estava a parodiar, nada mais do que isso. Não sabe quem eu sou? Pena, é que ao contrário de si assino com uma conta que tem associado um email e acredite que a maioria das pessoas que passam por aqui sabem quem sou. Pessoas como eu que quando precisam usam o dicionário, tem alguma coisa contra os dicionários?

Pois... esqueci-me o senhor tem tudo contra os outros e quase nada a seu favor, tirando o seu sobranceirismo. Mas não me leve a mal, disfruta do espaço como tantos o fazem e continue a nos divertir.

P.S: Muito corajoso da parte de alguém vindo não se sabe de onde tecer comentários sobre a segurança de outro que não conhece, mas isso já estamos habituados da parte de quem tem a segurança de o fazer ao coberto de um computador.

Anónimo disse...

Meus queridos, tudo isto é demasiado intrigante, divertido e ordinário para ser esquecido. Bem que poderiam fazer parte de um dos romances de Dostoievski, com tal brio e eloquência com que defendem as vossas posições, caríssimos.

Pois bebamos agora um pouco de licor. Pode ser um Porto, um bom digestivo neste dia de dissabores desportivos. Shihan, no teu caso, bebe pois de alegria. Quanto a si Eucinéfilo, nada sei das suas opções clubísticas, caso as tenha, mas beba também e esqueça. Inclusive a sua superioridade, caso o possa. Bom, talvez não seja possível esquecê-la, mesmo ébrio. Seja como for, beba. Brindemos à complexidade da dimensão humana e a este amor sórdido que nos une. Salut o/