domingo, novembro 02, 2008



2001: Odisseia no Espaço de Stanley Kubrick (1968)
Género: Ficção Científica/Thriller/Mistério/Aventura



Este épico da ficção científica, realizado maravilhosamente por Stanley Kubrick, acabou por se tornar uma das maiores lendas de sempre da história do cinema.  Tomando por base a evolução do Homem, desde o evento inicial até a um futuro longínquo da exploração espacial, Kubrick apresenta as duas perspectivas da evolução temporal humana elicitando os seus pontos comuns. 

A utilização de cenas lânguidas, fotográficas, que acabam por constituir verdadeiras metáforas visuais, tornam a experiência de visualização um constante acto reflexivo, reforçado ainda pelo uso recorrente de peças sinfónicas, de conotação sinistra, operática ou espectacular (Strauss). Por outro lado, Kubrick foi exemplar na recriação do vazio sonoro do espaço, bem como da respiração ressonante do astronauta no seu fato espacial, tornando as longas cenas no espaço asfixiantes e assustadoramente realistas. Tudo isto assume uma notabilidade exímia, sobretudo se pensarmos que o filme fora feito antes sequer do Homem pisar a Lua, e de ainda hoje se manter incrivelmente actual e, em alguns aspectos mesmo, surpreendente.



As cenas são meticulosamente orquestradas para transmitir mensagens de cariz filosófico, desde a dicotomia da inteligência humana e inteligência artificial (sendo o computador HAL um dos mais perturbadores personagens da inteligência artificial alguma vez feitos, sem pensar ainda no quão influente e marcante terá sido na história do cinema), a existência de civilizações extraterrestres e a problemática da influência superior no curso evolutivo humano. 

Por todas estas razões, é fácil de perceber o quão substancial é esta película. Todos deveriam ter a oportunidade de admirá-la pelo menos uma vez na vida. 

Veredicto: 10/10

4 comentários:

Amendoim do Ricky disse...

Sou particularmente fã de filmes de ficção científica, principalmente no que toca às obras de George Lucas que fazem parte da minha infância. A descrição do filme sugere a este uma maior profundidade de tema que o habitual, mas isso não é de estranhar com o nome de Stanley Kubrick citado, responsável por obras tão insuspeitas como The Shining ou Laranja Mecânica.

10/10 é uma pontuação inquietante Nimpo, eleva expectativas que se colocam assim mais a jeito de serem goradas. Acredito de qualquer das formas no teu gosto e análise pessoal, geralmente não costumam fugir muito das minhas.

Anónimo disse...

É verdade Shihan, se há obras que mereçam 10 esta é uma delas. Em termos de efeitos especiais, conceito e tecnologia está tão à frente do seu tempo que parece quase impossível. Ainda hoje consegue surpreender! Para além de conter algumas ideias filosóficas bastante relevantes e profundas, ainda que fossem baseadas num livro. A realização do filme é também verdadeiramente única, ao utilizar longas cenas invoca o acto reflexivo, por outro lado imagem e música estão unidos de forma clamorosa! Não te vais desiludir : )

Anónimo disse...

Excelentíssimo Eucinéfilo,

Não se atemorize e presenteie-nos com o seu sábio saber em relação a este filme... Tudo está feito para que nos surpreenda e se revele no lugar devido - acima de todos nós, formigas obsoletas.

Com os melhores cumprimentos,

Nimpo

Anónimo disse...

Como qualquer pessoa que ousa dizer gostar de cinema, já vi este filme, mais que uma vez.

Kubrick é o mais meticuloso, perfecionista e obsessivo realizador de cinema que jamais existiu.
Ao contrário do Sr. Lucas, amigo do Sr. Shihan, cuja conta está associada a um endereço de e-mail, e-mail esse indisponível(ficamos, no entanto a saber que é Porco de signo Chinês e que deve ter nascido em Janeiro de 84, tudo informações muito úteis e que o identificam como pessoa), não mete naves a explodir em bolas de fogo e som a propagar-se no vácuo. Não precisa de fazer uma espécie de filme de guerra no espaço (que só sabemos que é espaço sideral porque há estrelas e planetas). Kubrick vai mais além. Kubrick questiona antes dos outros saberem que questionável, Kubrick faz tudo isso e alia-o a uma realização soberba, absolutamente sem falhas. A uma fotografia exemplar e a um argumento notável.

Kubrick é um daqueles realizadores que se dava ao luxo de levar 5, 6, 7 anos para fazer um filme... não interessava. O lucro era secundário e a qualidade garantida.

Desafio quem quer que seja, a descbrir uma falha num filme dele, qualquer que seja.