terça-feira, dezembro 30, 2008

Chegados aos últimos dias deste mês de Dezembro, e por isso, aos últimos dias do ano de 2008, apresentamos mais uma pertinente interrogação a responder na nossa interactiva rubrica, em que todos podem dar azo à sua erudição, referências e apontamentos pessoais, promovendo assim uma salutar interacção entre todos membros da comunidade que se dão a esta inconveniente maçada.

Trazida por um amável e curioso anónimo, a pergunta escolhida para este mês é a seguinte:

"Porque é que o próximo ano é o de 2009 e o anterior de 2008? Quem definiu o calendário? Porquê?

A resposta a esta pergunta é fácil e pode ser facilmente respondida se se pesquisar sobre: calendário gregoriano. A empreitada desta chatice, que pode ser alterar um programa de datas, teve como premissas principais que: a cada dia - A Terra gira ao redor de seu próprio eixo; a cada mês - A Lua gira ao redor da Terra; a cada ano - A Terra gira ao redor do Sol.
Foi da responsabilidade do padre jesuíta Cristovão Clavius, tendo
iniciado em 1582, por ordem do papa Gregório XIII, com a bula "Inter Gravissimas", de 24 de Fevereiro, logo seguida por várias nações católicas, como foi o caso de Portugal. O dia 4 de Outubro de 1582, passou a 15 de Outubro, o primeiro dia do novo calendário. Portanto, estamos a chegar a 2009 porque, o Papa, entidade suprema do Séc.XVI assim o decidiu, substituindo o calendário implementado por Júlio César no ano 46 a.C, o calendário juliano. Os motivos destas alterações ao calendário em vigor deveram-se principalmente a Kepler e ao seu trabalho sobre as leis do movimento dos planetas - as três descritas atrás.

Papa Gregório XIII

"Calendário gregoriano: iniciativa do Papa Gregório XIII, que lhe deu o nome, veio corrigir o desajustamento do calendário Juliano, o que implicou a supressão de dez dias em 1582. Esta medida provocou inúmeros tumultos populares, pelo receio das pessoas terem ficado com as suas vidas encurtadas. Como instrumento regulador, estabelece o ciclo anual de 365,2425 dias e a ocorrência dos anos bissextos."

"Calendário juliano: calendário solar ... começou a vigorar no ano 709 de Roma (45 a.C.), ciclos de quatro anos, com três comuns de 365 dias e um bissexto de 366 dias, a fim de compensar as quase seis horas que havia de diferença para o ano trópico ... Februarius passou a ser o segundo mês do ano ... com a consequente falta de sentido dos meses com designação ordinal."

A título de curiosidade, todas estas alterações criaram, e tem criado, uma série de confusões, uma vez que vários países adoptaram este calendário em alturas diferentes, por exemplo, os territórios sobre a égide da monarquia inglesa só o adoptaram passados 170 anos e a Grécia em 1923. Claro que fora das sociedades ocidentais continuam a existir calendários alternativos, o ano 5770 da era israelita começa ao pôr do Sol do dia 29 de Setembro, o ano 4646 da era chinesa começa no dia 7 de Fevereiro, o ano 2668 da era japonesa começa no dia 1 de Janeiro. Não tivesse sido feita esta alteração, estaríamos nós a entrar no ano 2046, a 14 de Janeiro pelo calendário juliano.

Referência 1
Referência 2

4 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez mais educativo este blog.

Anónimo disse...

E a passagem de ano aonde se vai?

Ha ja sei, sempre soube.....Deus é grande...guia-nos sempre no dia 31....

O Shihan disse...

Iluminado como tu és nem te devias fazer essa pergunta. Não te esqueças é de atrasar o segundo correspondente ao atraso da rotação da Terra! Não te queremos adiantado, nem seria próprio teu...

Hélder Aguiar disse...

Curiosidades intrigantes estas! Tinha-me já esquecido desses 10 dias "roubados" ao mundo nesse ano de 1582. Foi preciso tomates para o fazer, neste caso, os do Papa Gregório...