terça-feira, dezembro 02, 2008

Steven Wilson ::: Insurgentes
Género: incaracterizável

Este não é, na verdade, o primeiro álbum a solo de Steven Wilson. O primeiro é, na realidade, "On the Sunday of Life", criado na altura (finais dos anos 80) para uma banda ficcional denominada de Porcupine Tree. Por vezes a imaginação tem a audácia de desafiar a realidade, especialmente quando o talento está lá, escondido como um tesouro conspícuo. A sua piada privada, Porcupine Tree, cresceu da ilusão a realidade. Juntamente com os Porcupine Tree, criou numerosos e diferentes álbuns, aos poucos e poucos construíndo uma onda de culto global, até ao ponto onde não há como voltar. Isto é, o ponto a partir do qual ele não se pode afastar muito da linha musical, qualquer que seja o caminho e orientação que dê à mesma. Assim, Wilson sempre encontrou razão em pequenos projectos paralelos onde podia convergir toda a sua abrangente creatividade, desde rock ambiental em No-man, rock experimental em Incredible Expanding Mindfuck, industrial ambiental em Continuum, pop em Blackfield, e, agora, um resumo de tudo isso e algo mais no seu novo álbum a solo. Feito como viajante pelo mundo, uma jornada artística para encontrar novas culturas, pensamentos e inspiração, este álbum é uma espécie de música de fundo de um documentário programado para ser editado como filme. 



Musicalmente, Insurgentes é o resultado das inúmeras influências musicais de Wilson, incluindo rock progressivo, post-punk, música electrónica, clássica, trip-hop, noise rock, drone metal, post-rock, música ambiental, shoegaze, pop e dream rock. Soa menos aborrecido do que lido... Toda esta amálgama de estilos encontra-se aqui, neste álbum. Abandoner, uma das melhores faixas, nos seus pouco mais de 4 minutos é o máximo epítomo deste aforismo: assenta em três partes, a primeira das quais é dominada pelo trip-hop, começando por roubar a batida inicial de "Teardrop" dos Massive Attack evoluindo num sentimento similar ao do último álbum de Portishead; a segunda secção é, por sua vez, marcada pela percussão electrónica característica do "In Rainbows" dos Radiohead; e, finalmente, a última seccção acaba com um caos tenso de ruído de guitarra encontrado em bandas drone metal extremo como Sun O))). Surpreendentemente, resulta. Nada é verdadeiramente original aqui, nem mesmo consegue ultrapassar as bandas que elicita. No entanto, a maneira como estão fundidas, a forma como estão produzidas, somente alguém bastante culto e apaixonado pela música e a sua evolução por géneros diferentes, como Steven Wilson, poderia fazer.


Get All You Deserve (ver 3º vídeo) é outro bom momento do álbum. Neste, uma contemplação sinistra e distante é terminada como um pesadelo, por uma crescente parede de ruído, até um ponto quase insuportável. Várias guitarras, degrau por degrau, combinam-se numa produção maravilhosamente orquestrada. "Selvagin" é, longe do fantástico, uma interessante faixa com três partes, de shoegaze a música orquestral a drone metal, mais uma vez. Dá ideia, em algum ponto, de ter o potencial para ser algo mais. Como a maior parte do resto do álbum. Curiosamente, as duas melhores faixas de Insurgentes são as que poderiam, perfeitamente, pertencer a um álbum de Porcupine Tree: a cativante faixa de abertura Harmony Korine (excerto no 1º vídeo), com os soberbos arranjos vocais de Wilson; e a última, Insurgentes, uma balada de piano bonita e marcante, um pouco à imagem de "Collapse the Light into Earth".



O resto do álbum não impressiona. "Veneno para las Hadas" (2º vídeo) recicla o tema "The Sky Moves Sideways" de um dos primeiros álbuns de Porcupine Tree. "No Twilight..." é um jam técnico, quase como uma paródia ao vivo, usando um riff de base típico de King Crimson, para o qual muito deve ter contribuído o baixista convidado Tony Levin, membro da histórica banda. A bateria, nesta, esteve particularmente soberba, um pouco como no resto do álbum, como já seria de esperar do virtuoso e creativo Gavin Harrison. A parte final de piano é da autoria de Jordan Rudess dos Dream Theater, outro dos convidados. "Significant Other" poderia ser um lado B do "O.K.Computer" dos Radiohead, mas sem atingir a beleza de "Let Down". E não há nada de novo ou substancial em "Only Child" ou "Twilight Coda", provavelmente as piores do álbum. Cusiosamente, o cd bónus contém algum material bastante interessante e incompreensivelmente deixado de fora, como a elegante instrumental "Collecting Space" ou o post-punk electrónico "Untitled", captando algo de Joy Division. 



O problema de Steven Wilson, aqui, não reside na creatividade mas sim, a meu ver, na concentração. Ao se dispersar por tão diferentes estilos e géneros musicais, apesar de toda a audácia e inteligência na sua utilização, acabou por não se notabilizar realmente em nenhum deles. Apesar disso, o seu mérito grita por si só quando falamos de produção, especialmente a soberba orquestração em 5.1, e, fundamentalmente, dada a incrível noção de que tantos e diferentes estilos são fundidos em Insurgentes, criando algo verdadeiramente impossível de categorizar. É fascinante observar o quão diferente está Steven Wilson, 20 anos após "On the Sunday of Life", mas ligado sempre aos mesmos princípios.

7/10 (Bom; Alguns aspectos originais)

26 comentários:

We Are Machines Of God disse...

Ao contrário do que o Steven nos habituou com a maioria dos álbuns de Porcupine Tree, julgo que este trabalho a solo peca por não ser uma peça contínua, com 2/3 músicas de muito bom nível, exultando sentimentos únicos ao longo das mesmas!

Amendoim do Ricky disse...

É sem dúvida o trabalho mais experimental deste autor, deixando-se levar claramente pela sua habilidade e perícia, o que torna logo à partida este trabalho alvo de um certa estranheza ao qual não estávamos habituados, principalmente para quem se habituou a ouvir Porcupine ou Blackfield por exemplo. Harmony Korine é o que de mais perto temos de Porcupine, Salvaging a minha favorita, Get All You Deserve um tema arrebatador que espero para ver em que contexto vai aparecer no filme. Este último pormenor devemos ter em conta, estamos a falar de uma banda sonora de um filme e não um simples trabalho de áudio, gostaria de saber como foi construído, se primeiro as imagens e depois o som, ou ao contrário. Acredito que após o filme muitas das músicas farão muito mais sentido do que fazem agora, e, só nessa altura teremos uma definição total e uma completa noção das ideias do Steven.

Hélder Aguiar disse...

É verdade, meus caríssimos. Obra pronta, julgo que este álbum foi feito para ser interpretado mais como uma banda sonora do que um álbum propriamente dito (como o fiz). Neste aspecto, é um álbum pouco coeso que se perde um pouco em derivações, como disse tão bem o Machines, e foge ao que o Steven Wilson nos habituou em Porcupine Tree. Já no da banda sonora, pode fazer de facto todo o sentido. Só o facto de ter sido apenas um homem a fazê-lo, com umas pequenas ajudas, é notável. Aguardemos pelo filme.

Amendoim do Ricky disse...

Feito por um homem só mas, galvanizado pela volúpia da destruição de Ipods às mãos de uma poderosa shotgun, a la Virginia Parker Ranger.

Hélder Aguiar disse...

lololol esse é mesmo o fetiche do Steven, os fucking Ipods. Secalhar é mais de adepto de Zen's como nós : \

Anónimo disse...

gostaria de deixar aqui uma simples palavra de apoio ao menino eucinéfilo. E dizer que é uma falta de originalidade tremenda que todos agora aqui nestes comentários se dirijam por 'você'sendo que que começou assim foi mesmo o eucinéfilo. Todos criticam o comentador que quer protagonismo, que se acha o 'Rei da Selva'mas no entanto todos aqui estão a procura do mesmo, pedem comentários (do Eucinéfilo) aos seus posts e depois ficam muito magoados com a sua opinião. Dizem que ele (Eucinéfilo) so quer protagonismo quando na verdade andam a ver quem o provoca mais. Fazem comentários e insinuaçoes apenas com a intensão de provocar uma troca de palavras mais acesa e terem algo entretimento. Isto é o que todos vocês procuraram assim como eu procuro, dai ler estes comentários e estar agora aqui a comentar, mas pelo menos assumo que isso que quero me entreter um bocado passando por este blog ver as discussões(as mais construtivas e não as que se atacam uns aos outros)e passar um bom bocado tendo uma conversa decente e não uma corrente de comentários em que tentam disputar o 'trono', dado que não é suposto haver tronos aqui mas sim darem a vossa opinião sobre o tema em questão e dabate-lo, em vez de fazerem acusaçoes uns aos outros em troca de entrenimento, e agora que todos gostam de se insultar com palavras caras e voces é simplesmente pindérico,'o shihan' já passou um bocado a fase de se sentir todo ofendido por isso aqui vai uma sugestão Skykodak:'se tens tanto que fazer da vida comenta os posts e segue em frente e para de atiçar o eucinéfilo só para teres algo entretimento de vida' (e sim e por TU que trato todos a quem me dirigir que não sou copycat como todos aqui que acham muito VIP tratarem-se por 'você'

Anónimo disse...

Menino(a) keka...concordo pelenamente consigo, kuando diz k nos so provocamos o Eucinefilo para nos entretermo-nos.....Eu assumo, so o provoco pk kero divertir-me....Agr tb e sabido k ele (Eucinefilo) axa-se o maior, algumas das suas atitudes xocaram algumas pessoas aki....Agr sabes mt bem, k no fundo k ele e usado neste blog, axa-se o maior e no fundo e o pobre coitado k todos tentam espicacar....

Por isso peco desculpa ao Menino Eucinefilo, sim pk sempre o tratei por menino, de kualker comentario mais abusivo....mas para tal axo k ele deva fazer o mesmo, nao a mim, mas talvez a outros (as)....

Kuanto a Ti Keka, seria de bom gosto identificares-te, pk torna-se dificil levar a serio uma pessoa k se identifica como Keka...

Fico a tua espera...

Anónimo disse...

não e bem o que parece que so te keres divertir ate porque não e bem isso que trsnparece os teus comentarios. quanto ao meu nome estou tao identificada/o como tu como skykodake quanto a frase fico a tua espera é um bocadinho subjectiva...

Eu estou aqui nao tens de esperar mais por mim...

Hélder Aguiar disse...

Caríssima keka (julgo não me ter enganado no género),

Antes de mais muito obrigado por acompanhar este antro pindérico e asqueroso denominado de blog, que muito nos lisonjeia... Provavelmente já terá lido que nunca escondemos que este blog não é mais que um pântano de lama repugnante. O local onde nos perdemos na degradação moral e dos vícios... Efectivamente, desde a aparição de um personagem tão ilustre como o Eucinéfilo, tornou-se ainda mais saboroso chafurdar nesta pocilga. Eu, particularmente, gosto de rebolar várias vezes ao dia... Oh, não imagina os confrontos violentos que já tivemos para tentar aceder ao trono desta pocilga... Bom, tudo isto para dizer que aceitamos com o maior amor humano a sua opinião, mas compreenda que é sobejamente difícil, para insectos tão insignificantes e desprezíveis como nós, mudar seja o que for, já que não aspiramos mais do que o desprezo e repulsa generalizada. Perdoe-nos.

O maior dos beijinhos para si, querida.

Anónimo disse...

Menino(a) keka es de k sexo?

Sim, Keka so venho aki para me divertir nada mais...e da-me gozo isto....faz-me lembrar os meus tempos de crianca...e bom relembrar os velhos tempos....

Kuanto ao meu nome, kuase toda a gente aki no blog identifica-se com a palavra Skykodak, e a minha alcunha ja ha mts anos...

Keka...revela-te...estamos todos ansiosos k mostres kem es...nos gostamos de ti...

Continuo a tua espera

Anónimo disse...

é a tua alcunha ha muitos anos, assim como a minha desde de criança, agora la por ser nova neste blog e tu ja seres antigo nao quer dizer que a minha alcunha tenha mais ou menos despreso. Se nao tivesses uma tao ma mente, nao farias insinuaçoes sobre a minha alcunha que de nada tem de maldoso. O que que queres com tanta coisa com a minha alcunha afinal? estou mais que identificada, sou uma pessoa que segue esta novela do eucinéfilo e decidiu falar, nao tenho necessariamente de conhecer niguem pessoalmente pa falar aqui penso eu, ou tenho? e esse o ponto de origem pa poder aqui fazer comentarios?

ficas-te assim tao interesado pa estares a minha espera?

Anónimo disse...

Fikei interessado em saber algum mais sobre ti...como por exemplo saber de k sexo es...

So kero simplesmente saber um bocadinho mais...nao precisamos de saber mt...so um bocadinho para te dar alguma credibilidade...Mas pronto ja estar a ter a credibilidade, estou para aki a usar o meu tempo a responder-te...

Enfim, se feliz keka...e so isso k kero...se feliz...e ama sempre o proximo...

Saudinha...

Anónimo disse...

pois nota-se que e so isso, que pessoa fabulosa ke es.

Anónimo disse...

acampei aqui. continuem.

Anónimo disse...

que tipo de pessoa skykodak é que so da credibilidade a uma pessoa dependendo do sexo que tem? e que diz fico a tua espera?
explica-me que tipo de pessoa é essa? que ve outra nova a chegar ao blog e pergunta para se identificar e quer saber o sexo so pa lhe dar credibilidade?

Anónimo disse...

As gajas são muito menos confiáveis, são muito mais insensíveis que os gajos e mentem com mais facilidade. Portanto: gajas have zero credibility.

Anónimo disse...

http://i256.photobucket.com/albums/hh184/marty26_bucket/2eapk6s.gif

Anónimo disse...

pseudo-keka podias ser mais original(skykodak), o que quisso tem haver com a opiniao que dei?
apenas disse para admitirem ke kerem e divertir-se com o eucinefilo mais nada, que tem haver ser gaja ou gajo, e ter keka como nic?n interesa nada isso pa opiniao que dei, por ser menos confiavel?!!!n te pedi em casamento para kerer ke confies em mim, apenas dei a minha opinao quanto ao eucefinelio nada mais.

Amendoim do Ricky disse...

Keka, ainda não percebi onde quer chegar, a não ser ao trono a que aqueles que tanto critica diz estarem a tentar aceder, e digo-lhe, estou mesmo confuso com o seu discurso. Afinal debate-se para que o skykodak comente os posts e não atice o eucinéfilo e vem agora atiçar o skykodak? Tenho mesmo muita pena ainda não ter lido nada da sua parte relativamente à completíssima review do Insurgentes, este lugar para comentários está mesmo a tornar-se um local fértil neste tipo de conversa fútil, que pouco jus tem feito ao que se tem escrito nos post.
Podia esmiuçar todo o seu divertido discurso mas como sou um pindérico vou ali fazer pindériquices que tenho água ao lume.

Anónimo disse...

Ai keka keka....Eu admiti k provokei o eucinefilo para entretimento...N entendi essa...Keres k escreva com letras maiores e?

Enfim....Keka..

Shihan...ontem ouvi o Insurgentes...pela primeira vez durante a minha viagem....hj vou fazer o mesmo....dps ja terei uma opiniao sobre o trabalho do Steven....

Mas gostei....relaxei mt...

Beijinhos para todos...

O Natal esta a xegar....ta kuase:)

Anónimo disse...

meus caros eu nao aticei o skykodak, e sim disse logo no primeiro comentario que vim aqui para me intreter mais nada, o skykodak e que me pediu para me identificar e quera gaja nao era confiavel e queria saber o meu sexo, ora o que que isso tem a haver com o que disse? nada simplesmente nada, dai a minha pergunta ao skykodak o porque do interese dele no meu nome (dado que todos aqui usam nicks) o porque de kerer saber o meu sexo e o porque de tanta insistencia nisso dizendo que esta a minha espera, tenham la senso e vejam o que dizem, porque n fui eu que qui saber o sexo de nenhum de voces nem muito menos o nome, nem fui eu que disse que gajos nao era de confiança, por isso n fui eu que puxei o tema sequer.

Anónimo disse...

Diz-nos só isto keka:

Nome?
Idade?
Localização?
Ocupação?

We Are Machines Of God disse...

Eu prefiro que não "nos" digas nada.. afinal o post é sobre música já estamos a falar de nome, idade, sexo e afins?

Uma palavra para estes moderadores do blog: uma vergonha! :) (o resto da canção já sabem.. vocês são uma vergooooonha)

Sem mais.

Anónimo disse...

E viva o benfica caro machines....Axo k o Steven vai ao estadio da luz, dar um concerto kuando o benfica for campeão....Esta kuase...Maio aproxima-se...

Tenhu dito

We Are Machines Of God disse...

Isso era sem dúvida um noite mágica na Luz! Mas face aos últimos achados do futebol praticado em Portugal, tenho sérias dúvidas.. :)

O Shihan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.