quarta-feira, agosto 26, 2009

Viente, con cuatro

flag São os nossos vizinhos mais próximos, constituem connosco uma península considerada geneticamente uma grande monotonia, mas, as diferenças sociais são flagrantes.

O que mais admiro – talvez até inveje –, é o orgulho no que é seu: na língua, na música pirosa, no flamenco larilas, na altercação fácil, no rococó dos hábitos, no Cervantes, no Lorca, no Velásquez, no Goya, no Dali, no Picasso, nos touros e na Rainha Sofia, no Nadal e no Cristovão Colombo, no Banderas e no Júlio Iglesias, no Almodóvar e na Macarena, nas tapas, na fiesta e até no TGV.

Os espanhóis sabem como ninguém abraçar a sua cultura e promovê-la, sem provincianismos mesquinhos, e por muito que nos custe, neste particular, ainda temos muito a aprender com os nossos vecinitos.

terça-feira, agosto 25, 2009

Novos álbuns de Porcupine Tree, Muse e Mew

Aqui ficam os primeiros videoclips de 3 dos álbuns mais esperados do ano. Aceitam-se apostas para qual deles será o melhor : D E sim, não ponho aqui o dos Artic Monkeys porque não me apetece...

Ora aqui vai...

O de Porcupine Tree (huummm parece que o Steven Wilson andou a ouvir o Animals em repeat...) : ):


Já o Mathew Bellamy parece ter andado nos ácidos e, depois de umas passagens que parecem levar ao "We Are The Champions" dos Queen, coloca a totalidade da sonata nocturna de Chopin no final da música (e até com direito a um erro clamoroso : D):


OK já devem ter reparado que a sessão anterior não se tratou de um videoclip. Já os Mew parecem ganhar a corrida com esta música que parece saída do espaço alienígena:

domingo, agosto 16, 2009

Ler, mais que ver 389x152

Aprender a rezar na Era da Técnica de Gonçalo M. Tavares (2007)

capa aprender a rezar

“O medo é o mistério que a velocidade esconde.”

Já todos nós estivemos, por vários motivos, em fila. Imaginem, portanto, essa fila, ou então, uma qualquer fila de homens, ordenada, estruturada sob o jugo de uma regra, ou várias, impelindo cada um dos membros a manter a sua posição, cumprindo cada um o seu papel, no seu devido lugar. Lenz Buchmann, o doutor Lenz Buchmann, conceituado cirurgião, com o bisturi na sua mão direita, como que dissolvido no corpo dos seus doentes operados, domina espantosamente a técnica, conhece os limites e os seus adversários, e repudia homens em fila, homens que não disfarçam a mediocridade que revelam ao estar em fila.

Quarto e último livro de Gonçalo M. Tavares, da tetralogia: O Reino. Aprender a Rezar na Era da Técnica, impõe-nos o mistério do movimento que nos modela e nos obriga a tomar a força, num despique entre essas duas forças, à primeira vista antagónicas, entre a natureza, desconhecida e imutável e os mecanismos da técnica que norteiam o domínio humano e modelam de forma misteriosa esta “estupidez neutra” - a rudeza física de existir.

Lucian freud.reflection Auto-retrato de Lucian Freud.

A força, a doença e a morte, são três capítulos de uma vida, de várias vidas, de todas as vida, da de Lenz Buchmann em particular, descrita pela mão de Gonçalo M. Tavares. Lenz Buchmann, o conceituado cirurgião, estava ciente do ponto de ruptura a que o homem chegou com a natureza, uma natureza ainda no ponto zero e sem história – não havia uma única diferença histórica entre o vento que nos bate hoje na cara e aquele que tocara no rosto de um imperador romano – a batalhar com o homem pelo mesmo espaço, num combate sem trincheiras, sob os nossos pés e cabeças, reivindicando uma desobediência que nem sempre nos é tolerável. Lenz cumpre o seu papel, como bom soldado que é, combatendo esse material pouco visível, quase transparente – a doença, a matéria invisível do mal, que domestica de forma cínica os órgãos e as mesmas células de que eram compostas as grandes vontades, decisões e acções do passado: a mesma matéria com outra organização. Lenz é um soldado do lado dos homens, consciente do seu lugar, mas afastado do sofrimento individual, a compaixão era para si “(…)uma ferramenta inútil para a existência, que tecnicamente nada resolve(…)”.

No entanto, para Lenz Buchmann, a vida não é apenas um somatório de acções e acontecimentos, a vida pressupõem também operações de energia semelhantes à subtracção, multiplicação e divisão. É do grande verbo humano fazer - que claramente separou o homem da formiga, do cão ou das plantas –, que surge o movimento, o movimento de ataque, resultante do medo que arranca as coisas da sua imobilidade, ou do medo ainda mais poderoso, que mantém as coisas em movimento. A política surge para Lenz como a forma mais fácil e eficaz de alterar, consertar e controlar a ordem imposta pela normalidade, uma grande operação colectiva, que coloca milhares de vidas debaixo do seu bisturi. É o poder que permite a força, auxiliada pela técnica da máquina; máquina que não entende o lúdico nem o trágico, apenas a direcção de uma certa força e de um certo movimento, declarando as suas duas maiores capacidades: a explosão e a precisão. A explosão que instala a desordem, o pânico na ordem, e a precisão capaz de endireitar os desvios a essa mesma ordem.

É a religião que ousa afirmar que o que em ti é mais digno não te pertence – o Espírito, mas é o homem, sozinho, que mais facilmente se alheia de si próprio, até percorrer, sem dar por isso, caminhos por meios que não os do seu mundo.

sábado, agosto 15, 2009

American (stupid) Dream

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Barack Obama é por estes dias altamente contestado no seu país. Chamam-lhe nomes feios, inclusivamente, Hitler e socialista. A contestação é já tão ampla que pedia, aqui, referência. O presidente quer criar um serviço nacional de saúde, que possibilite a todos os americanos ter acesso a cuidados de saúde básicos – a maioria dos Americanos está contra. A maioria dos americanos pagam a um seguro de saúde para os protegerem na doença e nos azares, tudo à medida de cada um, segundo o bolso e a vontade de engrandecer as cooperativas de seguros de saúde.

Cinquenta milhões de americanos não tem como se tratarem na doença, uma situação impensável neste lado do Atlântico – aqui protesta-se por se fechar um centro de saúde que muda pensos higiénicos encravados nas nádegas.

Obama quer saúde para todos, eu também queria uma Playstation 3 com o GTA IV.

terça-feira, agosto 11, 2009

Cinco minicoixas, no dia 11 de Agosto.

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A primeira: é uma maravilha laborar nos primeiros dias de Agosto; a Manuela Ferreira Leite é uma tentativa falhada de um alien se disfarçar de mulher; obrigado Minipreço pelo ensejo único de conhecer o miasma mais infernal que eu jamais ousei imaginar existir; será que está calor em Marrocos?

A última: Aproveitemos este acaso único e estranho, no meio do vácuo universal, vazio e frio -  chamado Terra.

Universo mais próximo (Dr Chris Fluke, Centre for Astrophysics and Supercomputing, Swinburne University of Technology) Imagem do Centre for Astrophysics and Supercomputing, Swinburne University of Technology, pelo Dr Chris Fluke – o mapa mais preciso do Universo que nos rodeia, com a Via Láctea no centro, rodeada pelas 100 mil galáxias mais próximas de nós.

Adenda: O blog há-de continuar, ainda não valerá a pena estrebucharem, pelo menos, até o Nuno Gomes voltar a marcar golos.

domingo, agosto 02, 2009

Um elogio às pequenas coisas



Pode ser um sorriso de uma criança, um agradecimento ingénuo e cheio de ternura ou a simpatia do atendimento da senhora da loja. Pode ser um sol mais caloroso que beija a face ou aquele gel de duche fresco que acaricia o corpo.

Um abraço que não pedi e um convite que não recusei, e um sorriso que me fugiu, sem que por isso desse conta.

Podem ser bocadinhos de amizade que sinto. Medievais ou não, gosto deles porque são sinceros.