quarta-feira, janeiro 13, 2010

Notáveis 7ª arte

The French Connection de William Friedkin (1971)

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A definição de thriller é usada para classificar histórias que envolvam emoções fortes, suspense, acção e uma boa dose de frenesim que vai do terror ao policial. É, este último, um dos géneros mais apreciados pelo público em geral, e no qual The French Connection encaixa na perfeição.

A história de Ernest Tidyman segue a dupla de polícias nova-iorquinos da divisão de narcotráfico, Jimmy “Popeye” Doyle (Gene Hackman) e Buddy Russo (Roy Scheider), que acabam de apanhar uma pista de um caso de tráfico de droga de grandes proporções, entre a máfia da distribuição de droga de Nova Iorque e um argirocrata francês. Premiado pelos Óscares como melhor argumento, melhor edição, melhor actor (Gene Hackman) e melhor filme (destronando a “Laranja Mecânica”, de Kubrick), este excitante policial tem na consistência e qualidade das interpretações, principalmente de Gene Hackman (o herói racista, polícia obstinado com meios e atitudes pouco próprias para um defensor da lei), na sedutora direcção e edição, e na selectividade das sequências de acção e exposição da narrativa, a sua unidade distintiva com outros produtos do género.

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Ao invés de grandes tiroteios, explosões, violência gratuita e acção frenética, temos um retrato da realidade e de emoções, através de uma série de situações convincentes sem os artifícios de um enredo previsível, preenchido de espionagem, memoráveis sequências de perseguições a pé, e uma inesperada perseguição de um carro a um comboio, filmada por entre trânsito real. A história flui por si, prendendo a atenção do espectador, convencido pela solidez das personagens e pertinência do argumento.

Como o prova este filme de Friedkin, o entretenimento inteligente cabe em todos os géneros,  e os laivos de novidade são intemporais, mesmo quando se vêem ultrapassar pela vasta oferta e as mais recentes técnicas visuais, confirmando apenas o quanto pateta pode ser a busca de outras realidades para representar o real, quando o real só por si é a catálise perfeita para o melhor dos entretenimentos.

1 comentários:

Hélder Aguiar disse...

Parece muito interessante!