Estamos em remodelações!
The Eclipse of the Sun 1926 – George Grosz
Qualquer coisa seguirá dentro de alguns momentos…
Estamos em remodelações!
The Eclipse of the Sun 1926 – George Grosz
Qualquer coisa seguirá dentro de alguns momentos…
Publicada por O Shihan à(s) 9.2.10 2 comentários
Etiquetas: Temos Ditu
D.Afonso Henriques o romântico
Fonte: Biblioteca Nacional Digital
O nosso primeiro rei lançou a semente do romantismo português um pouco por todo o seu território de então - terror dos mouros, principal dor de cabeça do seu genro rei de Leão, Fernando II; Afonso Henriques ficou famoso, para além da sua tenacidade, ambição, inteligência lúcida e trapaceira, por uma imensa libido, conhecida pelos muitos relatos que nos chegaram até hoje. José Brandão, no seu livro a “A Vida Dramática dos Reis de Portugal”, relata um desses episódios, sendo que este, como muitos outros, não implicam a sua esposa e prima D. Mafalda de Sabóia.
“Acerca de D. Afonso Henriques conta-se um episódio interessante, embora talvez lendário. Um dia o rei foi visitar o conde D. Gonçalo de Sousa à sua propriedade de Unhão. Honrado, o conde tratou de ir preparar a comida para receber o monarca, mas, enquanto se demorava, D. Afonso Henriques não perdeu tempo e tomou logo ali posse da condessa. Quando o conde voltava com a comida viu aquilo e não gostou. Todavia limitou-se a dizer: «Levantai-vos, senhor, porque a comida já está pronta.» O rei pôs-se a comer e enquanto o rei se banqueteava, recuperando energias, D. Gonçalo repudiava a adúltera para casa do pai, montada numa burra de albarda virada para o rabo do sendeiro e vestida com uma pele de cabra, com o cabelo tosquiado. Este acto encolerizou D. Afonso Henriques, que quis mesmo matar o fidalgo ultrajado na sua honra. Mas recua perante a passividade de D. Gonçalo quando el-rei lhe disse que lhe cortava a cabeça, ao que responder: «Senhor, mais vale, Homem sem honra morto é!»
Não será o melhor dos exemplos para o nosso tempo mas, como dizia Freud, todo o objecto de amor encontrado é um objecto de amor reencontrado.
Até ao novo reencontro…
The end.
Publicada por O Shihan à(s) 8.2.10 0 comentários
Etiquetas: História, Temos Ditu
Paths of Glory de Stanley Kubrick (1957)
“…there are times that I'm ashamed to be a member of the human race and this is one such occasion.”
Os caminhos para a glória são muitos. Percorrem-se, a maioria das vezes, de forma sinuosa e ínvia. A humanidade assistiu a vários conflitos armados de onde emergiram vários protagonistas, que atalharam - pelo destino, pela sua vontade e ambição – directamente para a glória, impulsionados pela busca da consagração da personalidade, sem olhar aos meios, para chegar ao desejado fim.
Paths of Glory resultou, como outros trabalhos de Kubrick, da inspiração do autor nos seus veementes ideais anti-guerra, materializados, desta feita, na adaptação do argumento de Humphrey Cobb, de um episódio real passado na França ocupada, durante a I Guerra Mundial.
O episódio de 1916 ocorreu dois anos após o início da guerra, numa altura em que o conflito havia caído num sangrento impasse - colocando os dois exércitos opositores entrincheirados a uma curta distância um do outro, com as vitórias a serem medidas em centenas de metros, ao custo de centenas de milhares de vidas.
A película esteve banida durante vários anos de muitos países europeus, pelo paralelo que estabelece com a natureza patética da guerra, os contrastes entre o luxo em que viviam os oficiais e as condições sub-humanas das trincheiras escuras e esquálidas, por onde os homens que combatiam na frente se amontoavam.
O falhanço da missão suicida, entregue ao regimento do coronel Dax (Kirk Douglas), de tomar uma posição alemã fortemente defendida, por decisão das autoridades militares burocráticas, despoleta uma série de acontecimentos, tendo por objectivo punir exemplarmente os homens que estiveram envolvidos na operação. De forma “salomónica” são escolhidos, aleatoriamente, três homens de cada companhia, para serem submetidos a um tribunal militar, e assim servirem de exemplo a todo o exército.
Absurdo e bem revelador da injustiça que franqueia toda a estrutura militar -sujeita aos egos e ao poder facilmente corrompido pelos privilégios -, revela a hipocrisia e a insensibilidade pelo sacrifício de vidas humanas, ao sabor de caprichos íntimos. Simples, curto e intemporal (como é apanágio das obras de Kubrick), Paths of Glory usa o cenário da I Guerra Mundial, mas poderia usar um qualquer cenário recente de conflito, no qual invariavelmente se espelha a ambição da conquista e a ambivalência de duas realidades, facilmente confundíveis, mas muito diferentes entre si: o exemplo e o exemplar, as duas das bitolas, suportadas pela ambição, pelas quais se regem os caminhos para a glória.
Publicada por O Shihan à(s) 1.2.10 1 comentários
Etiquetas: Notáveis 7ª arte