D.Afonso Henriques o romântico
Fonte: Biblioteca Nacional Digital
O nosso primeiro rei lançou a semente do romantismo português um pouco por todo o seu território de então - terror dos mouros, principal dor de cabeça do seu genro rei de Leão, Fernando II; Afonso Henriques ficou famoso, para além da sua tenacidade, ambição, inteligência lúcida e trapaceira, por uma imensa libido, conhecida pelos muitos relatos que nos chegaram até hoje. José Brandão, no seu livro a “A Vida Dramática dos Reis de Portugal”, relata um desses episódios, sendo que este, como muitos outros, não implicam a sua esposa e prima D. Mafalda de Sabóia.
“Acerca de D. Afonso Henriques conta-se um episódio interessante, embora talvez lendário. Um dia o rei foi visitar o conde D. Gonçalo de Sousa à sua propriedade de Unhão. Honrado, o conde tratou de ir preparar a comida para receber o monarca, mas, enquanto se demorava, D. Afonso Henriques não perdeu tempo e tomou logo ali posse da condessa. Quando o conde voltava com a comida viu aquilo e não gostou. Todavia limitou-se a dizer: «Levantai-vos, senhor, porque a comida já está pronta.» O rei pôs-se a comer e enquanto o rei se banqueteava, recuperando energias, D. Gonçalo repudiava a adúltera para casa do pai, montada numa burra de albarda virada para o rabo do sendeiro e vestida com uma pele de cabra, com o cabelo tosquiado. Este acto encolerizou D. Afonso Henriques, que quis mesmo matar o fidalgo ultrajado na sua honra. Mas recua perante a passividade de D. Gonçalo quando el-rei lhe disse que lhe cortava a cabeça, ao que responder: «Senhor, mais vale, Homem sem honra morto é!»
Não será o melhor dos exemplos para o nosso tempo mas, como dizia Freud, todo o objecto de amor encontrado é um objecto de amor reencontrado.
Até ao novo reencontro…
The end.
0 comentários:
Enviar um comentário