sábado, janeiro 31, 2009


Um alguém chamado ninguém?


Realidade que te venda os sentidos,
Livra-te dela
Poeira suja, negra... vazia.
De onde veio não sabes,
Não queres saber,
Não te incomoda.
É pequena, incapaz,
Como tu.
Porque sorris?
Estás descalço, despido de ti
Sentes a perda, como sempre,
Sentes-te alguém, quase nunca.
Conheces o frio que sentes?
É amargo como a tua lembrança,
Quente como a tua ferida,
Estás perdido?
Livra-te dela
Realidade suja, negra... vazia.
Despe-te dela,
Deixa-te sorrir.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

alteroOur King Charles!altero


He came from the pink hell to make us all happy.


kingdevil

Since 1986.

Sponsored by:

swiss-flag

As suas distintas nobres origens.


gelatina A sua proteína vegetal.


mcdonalds-logo

(sem legenda)


ultimate_muscle_basicO seu kit essencial.

lacosteA sua elegância.


supermass

(eu não sei para que serve isto!)

domingo, janeiro 25, 2009

A insustentável leveza do ser (1984)

de Milan Kundera

insustentável

Milan Kundera, é talvez o mais conhecido escritor checo de ficção milan kunderadesde Kafka (este último com toda a sua obra em alemão). O romance insustentável leveza do ser ou Nesnesitelná lehkost bytí, em checo, publicado em 1984, elogiado pela crítica, estabeleceu um grande culto de fãs por todo o mundo, ajudado em 1988 pela adaptação para cinema promovida por Philip Kaufman.

O filme, genericamente fiel (apesar das omissões inadmissíveis e cenas completamente desconexas, só decifradas por quem já leu o livro) não envergonha a obra de Kundera, mas fica a anos luz da formosura poética do livro, não conseguindo transmitir o verdadeiro feeling da história, mesmo contando com as brilhantes interpretações do jovem Daniel Day-Lewis e de Juliette Binoche. Poderia até num critério largo pertencer aos notáveis não existisse o livro, obra maior e completamente incomparável à sua adaptação. O próprio Kundera ficou de tal forma desapontado com a adaptação, que recusa até hoje a adaptação de qualquer outro seu romance para a tela.

LenaOlinTheUnbereableLightnessofBeing

A insustentável do ser é aparentemente uma história de amor e política, de quatro vidas entregues às vicissitudes e idiossincrasias individuais, ao curso dos acontecimentos comuns de um país, de um continente – a acção tem lugar na Checoslováquia comunista, entre a Primavera de Praga em 1968 e a ocupação Soviética do país –, mas é mais do que isso, é uma reflexão sobre a condição humana, o incontigente, o efémero, o acidental, o irrepetível, o insubstituível, a fatalidade de só podermos viver uma vez condicionados pelas nossas escolhas, sem possibilidade de experimentar os vários caminhos que se nos vão aparecendo, antes de decidir o que será melhor. Um claro contraponto à ideia de eterno retorno de Nietzsche “(…) pensar que, um dia, tudo o que se viveu se há-de repetir outra vez e que essa repetição se há-de repetir ainda uma e outra vez, até ao infinito! (…)”.

“O tempo humano não anda em círculo, mas avança em linha recta. Por isso o homem não pode ser feliz: a felicidade é o desejo de repetição.”

A dualidade peso/leveza colocada no séc. VI a.C por Parménides é a principal questão metafísica abordada: Um pacote de açúcar é leve; um saco de 50kg pode ser considerado insustentável. Quando se fala do ser as coisas são diferentes. É a leveza, a aparente insignificância, a estática, a imutabilidade que o torna pesado e insustentável.

Talvez seja a forma como Kundera explora esta questão que torna o livro tão especial. Este guia-nos por uma série de abordagens de carácter filosófico mas subtilmente ilustradas, sem a retórica dos teóricos. O último exemplo que tomo é a personagem mais magnífica do romance: o cão Karenine, que acompanha as duas personagens principais, Tomas e Tereza, e a sua tocante existência espelhada no capítulo: “O Sorriso de Karenine”, ponto de partida para Kundera debater a nossa arrogância como espécie.

“A verdadeira bondade do homem só pode manifestar-se em toda a sua pureza e em toda a sua liberdade com aqueles que não representam força nenhuma. O verdadeiro teste moral da humanidade (o teste mais radical, aquele que por se situar a um nível tão profundo nos escapa ao olhar) são as suas relações com quem se encontra à sua mercê: isto é, com os animais. E foi aí que se deu o maior fracasso do homem, o desaire fundamental que está na origem de todos os outros.”

São percepções como estas que dão à insustentável leveza do ser o seu significado.

sábado, janeiro 24, 2009

Eu Sei Mais Que Um Idoso de 90 Anos

Sinceramente, não percebo o porquê do nosso blog ser tão procurado por termos tão pouco indecorosos. Depois do “cotas todas mulhadas”, foi a vez de um(a) visitante, proveniente do Brasil, aqui parar após uma procura no google por: “conas mulhadas

Bem sei que temos um passado obscuro que nada nos dignifica (pelo menos da minha parte, também não me envergonha), mas nunca pensei que tantos(as) indivíduos(as) continuassem a revolvê-lo com tanta frequência.

A vida é feita de etapas e momentos, há 3 anos atrás éramos, claramente, bem mais lascivos e menos cuidados nas nossas palavras, mas isso hoje não justifica estas associações brejeiras, não fosse o nosso histórico continuar acessível e manter-se uma mancha na nossa reputação de idoneidade, caso que felizmente, não216_516-PR-Foto-oficial acontece na vida real - imaginem as pessoas poderem constantemente rever o dia em que o Cavácu armado em “mangulo” se afirmou a umas febras naquela foam party em Boliqueime no ido ano 1960, ou pior, podermos rever todas as sacudidelas, em momentos menos oportunos, que promoveu ao seu saco testicular e no qual já é mundialmente famoso. É terrivelmente confrangedor, e é dessa forma que nos sentimos.

Apesar disto, resolvemos trazer para pergunta a responder este mês - pelo vistos a primeira de 2009, e que melhor forma de começar - um assunto de igual calibre, mas de uma desconcertante originalidade:

Arrived from google.com.br on "Os Amendoins do Ricky - Onde cultura e parvalheira se entrecruzam de forma abominável" searching for: “Melhor forma de fazer amor?” from Salvador da Baia.

Ora aí está uma pergunta que aparenta resposta mais fácil do que na realidade o é. Ao primeiro pensamento ocorre-me logo que seja com uma mulher, no meu caso, mas logo aqui se revela a importância do gosto particular de cada um na resposta. De ressalvar que estamos a falar de amor e neste contexto não me consigo abstrair da definição que tenho para mim. A melhor forma de o fazer é com a pessoa que realmente amamos e nos ama de forma idêntica – há muitos equívocos por aí –, num sitio que seja confortável e em que os dois estejam à vontade – talvez possam ser mais do que dois, hoje em dia já se vê de tudo -, de preferência no lusco-fusco, bem hidratados, mas sem o bucho muito preenchido, a arder de paixão, dispostos a entregarem-se num comprometimento consciente – pode ser terrível acordar para a consciência depois dos acontecimentos.

old

Bem, como já dei bem a entender não percebo muito disto e a dificuldade da pergunta, de cariz elevadíssimo e extremamente particular, requer uma reflexão de todos. Devolvo por isso, as atenções para os comentários dos restantes colaboradores e visitantes habituais e fortuitos. Estou certo que não faltaram acrescentos interessantíssimos para elucidar este amigo de Salvador da Bahia. Conto com vocês.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Political Cash

Um pequeno exemplo de como funciona o nosso sistema financeiro. Completamente centrado na banca, esta facilmente enriquece às custas de quem na realidade cria riqueza.




Juntem a isto os negócios de especulação, as liberdades e cumplicidades políticas, mais a ganância de alguns depravados, temos a situação actual.

Não há outra forma de organizar as nossas sociedades? Também não havia forma de termos uma "democracia" no nosso país, não fosse um conjunto de militares fartarem-se de morrer nas colónias de então. Alguém tem duvidas que foi este o pretexto para termos a dita "democracia" por cá?

Se tiverem investiguem a história da política e dos políticos em Portugal.

A embalagem é tudo, do conteúdo, nem a ASAE quer saber.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Hoje foi um dia que a história vai recordar!

A BESTA (BarackMobile) fez-se à estrada.



Um negro como presidente americano é história?
História a sério far-se-á quando um cigano chegar a chanceler alemão.



segunda-feira, janeiro 19, 2009

Outro Parvo no Meu Lugar.

Hoje morreu João Aguardela, mais conhecido como o vocalista dos extintos Sitiados, banda rock dos anos 90, responsável por êxitos musicais da nossa infância como: “Esta Vida de Marinheiro” e “Vamos ao Circo”.

Mais importante do que o circunstancial mórbido recordar do passado, será valorizar os talentos nacionais como João Aguardela. Este, personifica a batalha inglória do original contra o formatado; a sua constante preocupação em fundir a sonoridade universal do rock com a música tradicional portuguesa é um exemplo - como mais recentemente fez com o projecto Naifa, no reinventar do fado.



É quase incompreensível como nos deixámos apoderar por mediocridades importadas, continuando a menosprezar a boa música nacional. Felizmente a situação começa a inverter-se, muito devido à intervenção dos principais divulgadores músicais: as rádios, e hoje já temos exemplos magníficos de sucessos de massas com qualidade, como os Deolinda.

O atractivo e simpatia que nutro por estes projectos musicais deve-se em parte pela facilidade como comunicam de uma forma satírica e muitas vezes burlesca as preocupações e anseios da nossa sociedade. Não são Frank Zappas, Mikaels Akerfeldts ou Petruccis, não atingirão a imortalidade de Bach e o sucesso internacional de uns Beatles, não quebrarão barreiras como Pink Floyds, mas têm um lugar importante a ocupar no nosso canto e por todo o mundo onde se fala português; são a marca da nossa identidade e um povo sem uma identidade não pode ter personalidade.

Voltando ao início e resumindo tudo o que disse, os Sitiados explicam da melhor forma que existe tudo aquilo que tentei transmitir por palavras:


sexta-feira, janeiro 16, 2009

Çingene Kızı / The Gypsy Girl Mosaic

"O progresso barrigudo não cabe nas estradas estreitas."


"Um olho no burro outro no cigano."

terça-feira, janeiro 13, 2009


Quem já não ouviu falar das Aventuras de Tintin?



Hérge, seu pseudónimo, é na verdade George Remi que fez nascer em 1929 uma das mais célebres bandas desenhadas até então.
Tintin, herói de filmes, banda desenhas e séries de animação, acompanhou a minha infância e a imaginação de muitos até aos mais recentes dias. Sempre acompanhado do seu fiel amigo, fox terrier, Milú, encontra-se hoje um pouco descartado das aventuras de BD dos mais novos. Talvez pelo facto da oferta ser cada vez maior, juntando o facto da evolução contínua das novas tecnologias.
O que é certo é que Tintin fez recentemente 80 anos de histórias, futuristas para a época em que foi criado, impulsionando o humor, a sátira, os comentários sociais em torno de uma sociedade moderna.


Aventuras de Tintin seguiram a par e passo o “avanço da ciência”...

domingo, janeiro 11, 2009

Citizen Kane de Orson Welles (1941)
Género: Drama / Mistério


Considerado por muitas listas de críticos de cinema como o melhor filme de todos os tempos, Citizen Kane é um filme histórico e inventivo. Sendo director e actor principal no mesmo filme, o noviço Orson Welles desempenhou ambos com particular mestria. No campo da direcção e realização, destacou-se não só pela originalidade com que a narrativa fora descrita, começando-a precisamente pelo seu fim misterioso (a morte do persnagem principal), utilizando flashbacks; mas também pelos planos e perspectivas diferentes e inovadores para a altura, aspectos estes que iriam influenciar a história do cinema daí em diante.

No campo da representação, Orson Welles interpretou de forma bastante convincente o personagem da história em várias etapas da sua vida, Charles Foster Kane, inspirado na história real do magnata americano William Randolph Hearst. A história desde magnata é decifrada desde a sua humilde infância, abruptamente terminada ao receber uma avultada herança, até ao seu apogeu social como director do jornal The New York Journal. Dirigindo-o quase por mero passatempo e brincadeira, acabaria por transformá-lo num dos primeiros diários sensacionalistas, com uma crítica corrosiva à corrupção e sociedade nem sempre fundamentadas, tornando Kane (ou Hearst) num dos maiores manipuladores da sociedade, um homem de um esmagador poder social, capaz de eleger ou demitir presidentes, de iniciar ou vetar guerras (falo, particularmente, da guerra Hispano-Americana de 1898), tendo mesmo chegado muito perto da nomeação a candidato presidencial.


Apesar de não ocultar vários aspectos positivos da personagem, o carácter frívolo, arrebatado e sem escrúpulos do personagem principal acabou por não agradar a William Randolph Hearst, ainda vivo aquando do término do filme, tendo feito tudo ao seu alcance para que este fosse destruído antes da sua apresentação. Muitos dizem, no entanto, que a perseverança de Hearst na destruição do filme não era tanto devida ao retrato da sua personagem, mas sim ao da sua mulher, a cantora/actriz Susan Alexander. Efectivamente, anos mais tarde, Orson Welles acabaria por revelar que o seu maior lamento no filme, a coisa que realmente se arrependeu, foi o de ter passado uma imagem enviezada de Susan Alexander, no filme retratada como uma cantora ébria, sem confiança ou talento, acabando por prejudicar a sua carreira.

Apesar de não o ter conseguido totalmente, Hearst acabou por comprometer, na época, o sucesso de Citizen Kane e Orson Welles continuou no anonimato para a maior parte da sociedade. Ironicamente, esta sua disputa acabaria por, ao longo dos anos, cimentar a importância e divulgação do filme, e o seu nome acabaria por ficar intrinsecamente ligado a Citizen Kane. 

Algo que todos carecem de compreensão fora a última palavra proferida por Kane, no leito da sua morte, envolta em mistério e num sentimento profundo - Rosebud. O significado desta palavra, que parece encerrar nela algo de profundo e perturbador, é o ponto de partida para uma busca existencial interminável e aparentemente infrutífera do início ao fim do filme. A sua descoberta é, pois, o principal propósito do filme. O seu significado profundo é enaltecido em toda a subtileza com que é revelado, transformando Citizen Kane num filme intemporal, em todos os aspectos genial!


"O Sr. Kane foi um homem que teve tudo o que quis e que depois perdeu tudo. Talvez Rosebud fosse algo que ele não pôde obter, ou algo que perdeu... De qualquer maneira, não poderia explicar nada. Não penso que qualquer palavra possa explicar a vida de um homem. Não, talvez Rosebud seja apenas... uma peça no puzzle... uma peça perdida."

sábado, janeiro 10, 2009

Nomeados para melhores álbuns rock de 2008
(a serem revelados oportunamente)


Deerhunter - Microcastle / Weird Era Cont. - indie
Fleet Foxes - Fleet Foxes - indie
Meshuggah - Obzen - death metal
Marillion - Happiness is the Road - rock progressivo
Mogwai - The Hawk is Howling - post-rock
MGMT - Oracular Spectacular - electrónica / indie
Opeth - Watershed - death metal progressivo
Portishead - Three - trip hop
Steven Wilson - Insurgentes - rock alternativo / vários
Sun Kill Moon - April - songwriter
The Mars Volta - Bedlam in Goliath - rock progressivo
Tv on the Radio - Dear Science - indie
Vampire Weekend - Vampire Weekend - indie

quinta-feira, janeiro 08, 2009

E a primeira palavra do ano é:

Autocratas

Foto: opoisfoi

Daqueles pequeninos, bem à medida do país, mas, muito laboriosos na arte de acumular entulho, não se sabendo bem para quê.

domingo, janeiro 04, 2009

New Life!


Ano novo, vida nova.

Já amanhã.

Só para alguns. Os outros esperam na demora.

Raios, esta não costuma esperar.

Ah!

"Um avião no ar gasta o mesmo que uma camioneta."
Anónimo


Não se esqueçam disto na hora de comprar um bilhete na Caima.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

A happy NEW YEAr to all you FoLKs!!
(regeneration mode)

Diluídos os múltiplos votos atirados a preço de saldo por entre desejos de felicitações aparentes e educadas de bom ano, e felicidades entre amigos, conhecidos e desconhecidos, encontrámos-nos na crua realidade de 2009, afinal tão igual como os seus antecedentes; os mesmos hábitos e vícios que o karma do dia de ano novo não parece solucionar. Seria pouco original falar disto, contudo, é difícil ignorar as armas e o ódio que parecem não se calar,no eterno conflito israelo-palesteniano.



Enquanto alguns continuam a alimentar a sua intolerância e ódio, as belezas da natureza, e a curiosidade do homem continuarão a abrir possibilidades até há pouco inimagináveis. A capacidade de regeneração do homem é um sonho quase tão antigo como voar e a vida eterna, algumas espécies de salamandras possuem uma capacidade quase ilimitada de regeneração de órgãos e as investigações neste campo têm evoluído de uma forma copiosa, nomeadamente na elucidação de que genes e mecanismos genéticos podem estar envolvidos nesta fascinante habilidade.

Sabe-se que as salamandras têm esta capacidade porque são espécies neoténicas (retêm as características juvenis na forma adulta, muitas salamandras vivem sem nunca chegar ao estado adulto, ficando na última plantaforma do estado larvar). Grande parte da comunidade científica defende que o Homo sapiens de certa forma também o é, e foi este facto que lhe permitiu vantagens evolutivas frente ao Homo neardental. Os resultados obtidos nos estudos com células estaminais e regeneração em sistemas modelo têm criado uma nova esperança na sua aplicação ao homem; dos 10000 genes transcritos durante o processo de regeneração nas salamandras, 9000 têm correspondência nos humanos, a crença está que a capacidade regenerativa nos mamíferos seja apenas uma questão de estimulação génica.

"A maioria dos tecidos do nosso braço regenera; é apenas o braço que não regenera. O que falta é o conhecimento de como coordenar a resposta para obter uma estrutura integrada"