Há cerca de duas semanas foi-me colocada uma questão de uma recente estudante de Bioquímica sobre o porquê de termos cabelos encaracolados ou lisos e a sua consequente explicação química.
Assumi logo a ali a minha ignorância e surpresa por nunca antes me ter perguntado sobre isso mesmo. Ainda avancei uma explicação generalista e revestida da maior probabilidade de veracidade que consegui encontrar no momento, no entanto a minha explicação não passou de mera retórica não respondendo ao cerne da questão.
Disse eu: “O cabelo é constituído principalmente por uma proteína, logo será por diferenças na conformação desta que deve residir a diferença.”
A verdadeira resposta não anda longe mas também nem por sombras próxima da minha desesperada tentativa de resposta. O cabelo é de facto constituído principalmente por um tipo de proteína designada queratina (não me ter recordado do nome da proteína configura-se para mim já um bom motivo para me submeter a uma qualquer prática de ascese), é também o principal constituinte por exemplo das unhas, do exoesqueleto dos insectos, escamas e carapaças de répteis uma vez que confere resistência e elasticidade.
A queratina como todas as proteínas é constituída por unidades mais pequenas que se ligam entre si que se chamam aminoácidos, a presença e quantidade de um destes aminoácidos – cisteína – é responsável por que se façam ligações entres as cadeias de aminoácidos e consequentemente que os cabelos sejam mais ou menos encaracolados. Resumindo quanto mais cisteína houver nas cadeias que constituem a queratina mais ondulados e encaracolados serão os cabelos.
Exemplo:
Fui