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segunda-feira, novembro 09, 2009

Um muro e várias bananas

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Diz um miúdo da Alemanha Ocidental para outro, do lado de lá do muro:

Eu tenho uma banana! Eu tenho uma banana!

O miúdo do lado leste queixando-se, diz ao pai:

- Oh pai! Está ali um menino do lado ocidental a dizer que tem uma banana.

Responde o pai:

- Diz-lhe que tens o socialismo, filho.

No dia seguinte, o miúdo do lado ocidental lá estava a repetir o mesmo:  Eu tenho uma banana! Eu tenho uma banana!

Retorquiu o de leste: Mas eu tenho o socialismo.

Eu também o vou ter - disse o de ocidente.

Ao que derradeiramente respondeu o miúdo de leste: E vais ficar sem a banana! E vais ficar sem a banana!

quarta-feira, agosto 26, 2009

Viente, con cuatro

flag São os nossos vizinhos mais próximos, constituem connosco uma península considerada geneticamente uma grande monotonia, mas, as diferenças sociais são flagrantes.

O que mais admiro – talvez até inveje –, é o orgulho no que é seu: na língua, na música pirosa, no flamenco larilas, na altercação fácil, no rococó dos hábitos, no Cervantes, no Lorca, no Velásquez, no Goya, no Dali, no Picasso, nos touros e na Rainha Sofia, no Nadal e no Cristovão Colombo, no Banderas e no Júlio Iglesias, no Almodóvar e na Macarena, nas tapas, na fiesta e até no TGV.

Os espanhóis sabem como ninguém abraçar a sua cultura e promovê-la, sem provincianismos mesquinhos, e por muito que nos custe, neste particular, ainda temos muito a aprender com os nossos vecinitos.

segunda-feira, maio 04, 2009

“Il banchieri”

Massys, Quentin - 1514 The Moneylender and his Wife (Louvre)The Moneylender and his Wife de Massys, Quentin  (1514)

Dinheiro e poder sempre andaram de mãos dadas, hoje como no século XIV, dinheiro é poder, e poder é influência. Nos momentos de crise, como este, facilmente se identificam os culpados. São sem dúvida aqueles que enriqueceram, proporcionando conforto, sonhos e riquezas àqueles que tudo querem ter, sem para isso o poderem. Mas serão eles os únicos culpados? Claro que não. Serão os principais? Eu acho que não.

Se o neoliberalismo era visto como uma virtude acima de todas as discussões pelos governos mundiais, hoje, esses mesmos governos, admitem o erro de deixar um mercado especulativo entregue ao seu próprio destino. Mas que receios podiam ter, se foi esse mesmo sistema capitalista que criou os paradigmas civilizacionais, em que nos habituamos a viver? Todos. Soubessem os senhores governantes mais de história, tivessem menos interesses e fossem menos servis a quem tem mais dinheiro na mão, numa determinada altura, e, saberiam que quem por norma faz do dinheiro um negócio, está mais próximo genealogicamente dos mercenários da Idade Média, do que dos missionários da boa vontade. Para virtuosismos celestiais, já grupos de indivíduos válidos fecham-se em ascese, Deus criou “O África” e Dom Nuno Álvares Pereira salva velhinhas de óleos de fritar peixe. 

Convém não esquecer que o objectivo dos bancos é  ganhar dinheiro com o dinheiro dos outros, o que é perfeitamente aceitável, quando proporcionam oportunidades equilibradas aos seus clientes, que de outra forma não podiam criar o seu próprio valor. O problema é quando o negócio passa pela especulação financeira, se esquecem os mínimos valores morais, se faz do logro um instrumento, e alimenta-se a ganância à custa do desprezo social. O exemplo de John Law parece distante aos decisores políticos, quando permitem que alguns continuem a fazer do mundo o seu casino pessoal. Mas, nem sempre foi assim; antes de existir os bancos como os conhecemos hoje, antes de existir o mercado financeiro que a maioria de nós, inclusive eu, de pouco percebe - existiam os judeus.

Portrait of Two Figures from the Old Testament (The Jewish Bride), 1667 The Jewish Bride (1667) de Rembrandt Harmensz

Essa raça de homens, odiada por tantos, perseguida por muitos, rufias comensais da Palestina, sempre tiveram a fama da habilidade para o dinheiro e os negócios. Essa fama, não é de todo injusta. Foram os primeiros a experimentar a usura - o pecado esquecido -, nas suas bancas em Veneza. Foram os primeiros, mas não foram os únicos, nenhum deles, no entanto, como a família Medici.

Nenhuma outra família deixou tantas marcas numa época, como a família Medici durante a Renascença. Bastaria dizer, que dela saíram quatro papas (Leão X, Clemente VII, Pio IV e Leão XI), duas rainhas de França (Catarina e Maria), quatro duques (de Florença, Nemours, Urbino e da Toscânia). Deixaram um legado na arte e na ciência ímpar, senhores de Florença, são os responsáveis pelo esplendoroso legado arquitectónico da cidade (Villa Cafaggiolo, Convento di San Marco, Basílica de San Lorenzo, Palácio Vecchio, Galeria Uffizi, etc…), patronos de Michelangelo, Botticelli e Galileu.

Toda esta abundância e poder não apareceram do nada. Giovanni de Medici fundou  o primeiro grande banco - até aí os banqueiros não eram mais do que gangster, fazendo-se valer da violência para garantir os capitais do empréstimo. O facto destas estruturas serem monolíticas, tornava o negócio muito susceptível à ruína, sendo facilmente derrubados por um devedor. O sucesso dos Medici, a longo prazo, foi as suas múltiplas parcerias e filiais, remunerando os parceiros com a partilha dos proveitos, agindo como entidades independentes, sob alçada do banco central dos Medici. Mas a principal particularidade do sucesso dos Medici foi a criação de facturas de transacções (Cambium per Litteras), um sistema de registo metódico e cuidado (libro secreto), onde se registava de um lado os depósitos e reservas , e do outro os empréstimos e as facturas comerciais de cada cliente –  o primeiro grande registo de balanços conhecido. A diversificação dos seus empréstimos, diluiu os riscos, garantindo-lhes o sucesso e a fortuna; o negócio do câmbio, a absolvição do seu pecaminoso negócio; a agilização permitida aos seus clientes nas transacções, Portrait of a Man Holding a Medal of Cosimo de Mediciúnica – se um negociante que devesse a outro uma determinada soma que não pudesse pagar em dinheiro até ao final da transacção, o credor passava uma factura ao devedor, que a podia usar como meio de pagamento ou, para obter dinheiro em forma de desconto no banco, agindo o banqueiro como intermediário do negócio. Esta diversidade de empréstimos, e a proximidade com os clientes, levou à redução dos custos para os clientes e a proliferação do negócio.  Em 1402, com um capital de 20,000 florins e mais de 70 parceiros na folha de pagamento, fez um proveito de 151,820 florins, entre 1397 e 1420 – 6,326 florins por ano, uma taxa de retorno de 32%. É difícil imaginar um negócio mais rentável.

O poder foi crescendo e, após a morte do patriarca Giovanni de Medici, o seu filho Cosimo de Medici, ficou ao leme dos negócios, com a tarefa de manter a argúcia financeira da família. Cosimo, era já o homem mais poderoso daquela região, o soberano em todos os sentidos, menos no nome, com uma reputação como nenhum outro cidadão teve, desde a queda do Império Romano, até aos nossos dias. A adulação dos banqueiros foi feita como nunca antes imaginada. O último quadro em cima, de Botticelli, mostra um jovem bem parecido com uma moeda na mão, a face na moeda é de Cosimo de Medici, com a inscrição “pater patriae”, pai deste país. Outro exemplo, é o fresco “The Adoration of the Magi”, do mesmo Botticelli, que capta a transfiguração na finança que os Medici levaram a cabo, elevados à divindade. Num olhar atento, identificam-se grande parte das personagens como alguns membros da família Medici – por exemplo, a lavar os pés do Jesus, Cosimo o velho e de roupão azul à esquerda, Lourenço o Magnífico.

The Adoration of the Magi Botticelli   The Adoration of the Magi (1478/1482) de Botticelli

Foi já sob a liderança de Lourenço o Magnífico, que as conspirações contra a família, super-rica e de crescente poder, tiveram o seu maior eco. Lourenço, neto de Cosimo, mais preocupado com a política e a diplomacia, negligenciou o negócio, possibilitando que as suas muitas filiais, menos supervisionadas, ganhassem mais poder e cometessem negócios ruinosos, como o empréstimo da sucursal de Londres ao Rei Eduardo IV, nunca totalmente pago.

Apesar disso, a queda dos Medici acabou por se dever unicamente a circunstâncias que rodearam o próprio negócio. Em 1494, no meio das disputas cada vez mais acesas entre as diferentes regiões italianas, e com a invasão francesa, a família, apelidada de pagã e imoral por Savonarola, foi expulsa e a sua propriedade confiscada e muita dela liquidada. Só mais tarde, a sua importância e mecenato foram reconhecidos, consagrando Cosmo I de Medici, como Duque de Florença e Grão-Duque da Toscânia, por aclamação.

A ascensão do negócio da família Medici constitui um exemplo da génese e do funcionamento das actividades bancárias. O seu projecto criou as estratégias de um negócio que deixava de ter como principal instrumento a matéria-prima, o ouro, a moeda, para criar o valor em papel, e, após a sua derrocada, o seu exemplo foi seguido por muitos bancos do norte da Europa, com tanto ou mais sucesso para as suas gentes, comércio, artes e ciências, acabou por ser, a última alavanca civilizacional para o desenvolvimento humano, porque nem toda a riqueza é necessariamente má, principalmente, quando é distribuída.

GalileuLuneta  Telescópio construído por Galileu, protegido da família Medici. 

*Factos como este podem ser encontrados na série documental, The Ascent of Money, de Niall Fergunson, um relato da história da ascensão do sistema financeiro e, como a história da finança se repete de forma previsível.

terça-feira, março 31, 2009

O Aqueduto

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Há dias falou-se aqui em obras públicas, e pensei que uma boa forma de introduzir “alguma coisa de jeito”, na nossa falta de jeito para tratar de assuntos, ou inclusivamente de introduzir algo de interessante, mesmo sabendo que para alguns na sua pura indolência o interessante é simplesmente coisa nenhuma vindo daqui, seria olhar para O Aquedudo das Águas Livres.

Foi precisamente a primeira grande obra pública, a primeira que não teve por trás interesses de carácter religioso, ou fins militares. Tanto foi assim, que acabou por ser financiada exclusivamente pelo povo, através de um imposto especial, apesar de nos cofres do reino não faltar ouro ao Magnânimo soberano, D.João V, bem mais partidário em enterrar a riqueza do reino em faustos – é disso exemplo O Real Convento de Mafra, dono de uma riqueza arquitectonicamente tão invejável como inútil -, do que em melhorar as condições de vida do seus súbditos.

Estava inaugurada assim, no século XVIII, a história das grandes obras públicas portuguesas, e com elas as 3 regras dos seus vícios, apenas tidos como normais neste canto da Europa: a obra demora sempre mais do que o previsto inicialmente; o orçamento é sempre ultrapassado; o habitual é que haja confusão entre empreiteiros, subsidiários e outros ários lá metidos, levando à inevitabilidade das duas primeiras regras.

No final das contas, nem tudo é mau, e no caso desta primeira obra o resultado foi fabuloso: uma obra de engenharia ímpar com 14km de extensão, 58km contando com as condutas secundárias, o maior arco de pedra do vão do mundo e uma maravilha da técnica que deu de beber ao povo e perdurou até 1968 cumprindo a sua função inicial, tão primordial que nos acaba esquecida quando olhada para o convento de Mafra.

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sábado, outubro 04, 2008

Mother Rússia

Seja pela distância cultural e proximidade geográfica, ou mais provavelmente pelas obras de Dostoievski, a sua história longa, complexa, repressiva e sangrenta tornam a Santa Mãe Rússia e a sua história uma enorme fonte de atracção para todos aqueles que gostam de perceber melhor os processos por qual o nosso mundo se rege.

Desde a Rússia imperalista dos czars, até à revolução Bolchevique de 1917 que levou à URSS, passando pela Rússia de Gorbatchev (o homem com a caganita de pássaro na cabeça), e a sua perestroika, esta sempre foi uma nação marcada pelo isolamento do mundo exterior. Profícua em poderes ultra centralizados, autoritários, marcados por uma cunha reaccionária que não tolera oposição, vive na angústia da sua vulnerabilidade histórica a ataques inimigos, resultante da sua imensidão e vastas fronteiras, incrustada em dois continentes.

Conhecendo a sua história não é difícil de perceber a sua obsessão por uma forte defesa militar e manias de uma actual dita democracia federal, sempre pronta a defender de forma intransigente a soberania e integridade russa, mesmo que isso tenha de custar a liberdade e a vida dos próprios cidadãos.

Nos tempos que correm apraz-me lembrar o hino elaborado como ode à União das Républicas Socialistas Soviéticas. Apesar de não perceber patavina do que dizem para lá suspeito que exulte as grandes vitórias militares e sociais contra o capitalismo, o poder privado, económico, e a centralização de tudo à volta do Estado soberano e senhor dos bens e mentalidades.



A Rússia de hoje é diferente. Vive na mesma e eterna dicotomia da aproximação ao mundo, entre uma Rússia mais europeísta, idealizada por Pedro O Grande e simbolizada pela racional, elegante e iluminada São Petersburgo, e a Rússia dos Bolcheviques mais auto-centrada em si, simbolizada por uma crispada, solitária e orgulhosa Moscovo, que após 17 anos da queda do regime Soviético continua como capital de um país com um incrível património de museus, palácios, catedrais e bibliotecas. Espólio a que esta Rússia nunca mostrou verdadeiro apreço.


Fui, tomar a minha pill anti-comuna.

domingo, junho 29, 2008

O Mapa Loco desvenda

Passada uma semana após termos adicionado esta singular aplicação ao blog, revelaram-se finalmente os mais esquisitos e inquietantes locais de onde nos visitam. Para além de locais previsíveis como Lisboa, Porto, Aveiro, Feira, S.João da Madeira temos:

(a lista é longa mas não quis deixar nenhum "sitio" de fora, paciência...)

Santa Bárbara De Nexe, Portugal
Joinvile, Brazil
Águeda, Portugal
Joane, Portugal
Prime, Portugal
Sintra, Portugal
Baltar, Portugal
Cova Da Piedade, Portugal
Alvaro, Portugal
Covas Do Monte, Portugal
Braga, Portugal
Oiã, Portugal
Oliveirinha, Portugal
Casal Do Redinho, Portugal
Cidreira, Portugal
Laje, Portugal
Cabo, Portugal
Ameixeira, Portugal
Sintra, Portugal
Milheirós De Poiares, Portugal
Ílhavo, Portugal
Odivelas, Portugal
Carnaxide, Portugal
Odivelas, Portugal
Mountain View, CA, United States
Carvalho, Portugal
Oliveira Do Hospital, Portugal
Senhora Da Hora, Portugal
Ribeira D'Além, Portugal
Algés, Portugal
Pinhal Novo, Portugal
Coimbra, Portugal

Olhemos em mais pormenor por exemplo para a localidade de Covas do Monte, que segundo o Google Earth fica aqui:

(clique para ampliar)

Covas do Monte distrito de Viseu, concelho de São Pedro do Sul fica num bonito vale da serra de São Macário. Segundo esta notícia do Diário de Noticias “Na aldeia não há lojas, apenas existe o café da Associação Amigos de Covas do Monte, dois milhares de cabras, três centenas de ovelhas e 58 pessoas.”, e um espaço internet para os jovens que serve entre muitas coisas para visitar Os Amendoins do Ricky o que muito nos deixa honrados.

(vista do vale)

O meu bem haja para si amigo que nos visita de Covas do Monte não temos pornografia mas temos o que de melhor um grupo de jovens sadios no inicio da sua vida adulta tem para oferecer.

Deixo aqui a promessa que continuaremos a revelar todos os ermos locais de onde visitam o nosso blog.

Fui