O Adeus
Não te voltarei a ver, pelo menos desta maneira, intensa e saudosa, com que te perscruto.
Foi o último olhar, voltando-se lânguido e pesarosamente para o edifício, contemplando-o, já a muitos passos deste.
Não te odeio. É curioso, mas, inexplicavelmente, saboreio aquele sentimento ingénuo que tive quando te contemplei pela primeira vez. Como que tudo se desvanecesse e, no fim, apenas restassem as muralhas sobre as quais me ergui. Essas paredes inquebrantáveis que antes tanto mistério encerravam! A tua grandeza não é mais que a dessas paredes. Quase sufoquei nesse teu ambiente pesado e desconcertante. Cheguei mesmo a duvidar de mim mesmo.
Precisei de te ver, como da primeira vez, praticamente abandonada à mercê da colina. E hoje, é o adeus.
Não te odeio. E isso repugna-me. Mas o que resta é aquele lindo sentimento que me incendiou a alma meses, até ao delírio de te pisar. É assim que te vou recordar. E nada mais importa.
5 comentários:
Simplesmente bonito! Parabéns Nimpo
Adeus, adeus até sempre que sobre a saudade.
Até me arrepiei...
Pensar em tudo o que vivemos dentro daquelas paredes!!
O sentimento que fica é só nosso, só português: SAUDADE
Muito bonito, que perdure o sentimento de saudade é bom sinal! Parabéns =)
E restam os amigos que fizeste... Esses ficarão para sempre!
Abraço meu grande Amigo.
Quanto a mim, já tenho saudades das risadas que partilhei contigo durante 6 anos naquela casa. O Sousa é nossa testemunha!
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