Espelho meu, serei eu mais curioso do que eu?
Pandora de Dante Gabriel Rossetti (1879)
Diz-se que a curiosidade matou o gato. Diz-se que a curiosidade levou Eva a colher o fruto proibido e a dá-la ao parvalhão do Adão, conhecendo assim o pecado e a vergonha. Diz-se que Zeus como castigo a Prometeu, por este lhe ter roubado o fogo e o ter entregue ao Homem, criou a primeira mulher, Pandora. A esta foram dados os dons de todos os deuses do Olimpo, moldada por Hefestos, embelezada por Afrodite e com a curiosidade de Hera, recebeu de Zeus uma caixa, com a promessa absoluta de não a abrir. Prometeu, desconfiado do presente, acabou por a entregar ao seu irmão Ephimeteus. A irresistível curiosidade de Pandora e o ardil dado por Zeus, levou-a a roubar a chave da caixa ao marido, e ao abri-la, libertou todos os males da humanidade, estava completo o castigo de Zeus.
Com o fogo, o Homem evoluiu e diferenciou-se dos outros animais, deus do próprio destino, tem agora sobre a cabeça o frio, a fome, a inveja, a guerra, a miséria, a dor. Falta, para terminar o dito, dizer que lá no fundo, depois de todos os males invadirem a humanidade, algo muito brilhante sobrou, uma réstia, um cintilar, a esperança. Não é a condição plena de felicidade, mas é o melhor que a inevitabilidade nos têm para oferecer.
1 comentários:
Ai que malvada essa Pandora =p
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