domingo, fevereiro 08, 2009

Os melhores álbuns rock de 2008




Opeth - Watershed

O último álbum dos suecos Opeth é mais um trabalho de mestria, onde se reinventam mais uma vez. A conjugação de partes pesadas e brutais com outras mais doces e substanciadas está presente por todo o álbum, como seria de esperar, mas particularmente em "Heir Apparent", uma das composições death metal mais pesadas e bem conseguidas do repertório dos suecos. Músicas como "Lotus Eater" conseguem trazer algo de novo ao género, misturando doom, death metal, jazz e rock progressivo num portento de técnica e composição surpreendentes. Watershed é um trabalho de uma creatividade pungente e de uma mestria instrumental, razões mais que suficientes para o elevar a álbum do ano.




Fleet Foxes - Fleet Foxes

O álbum de estreia dos americanos Fleet Foxes traz talvez a sonoridade mais original do ano: um folk barroco arrebatado, catapultado para terrenos estranhos por uma orquestração única de harmonizações de vozes, de um encanto misterioso e longínquo, cimentada pelo próprio talento vocal de Robin Pecknold.




Portishead - Three

Após um longo interregno, os Portishead voltaram e não desiludiram. Navegando por terrenos um pouco diferentes, a ponto de em muitas faixas não se reconhecível o trip-hop que os caracterizou, Three é uma amálgama de temas de uma tensão agonizante, ácidos, cimentados pela voz hipnótica de Geoff Barrow. Transmite uma dor intensa, coerciva, como se fosse a música de fundo de uma vida perdida nos meandros de um relacionamento aterrador. Algures entre o experimentalismo electrónico de Radiohead e o industrial de Nine Inch Nails, este é um álbum saído das profundezas de uma dor oculta feminina.




Mogwai - The Hawk is Howling

Uma pequena lufada de ar fresco no já estagnado post-rock, The Hawk is Howling é como um quadro de paisagens de sonho admiráveis, dominado essencialmente pela faixa icónica The Sun Smells Too Loud, talvez uma nova masterpiece para o post-rock - Uma música construída sobre variadíssimas camadas cativantes de diversas guitarras, teclados electrónicos e piano, produzida de uma forma parecendo que cada uma dessas linhas trabalha, por si só, completamente independente das outras. Unidas, no entanto, criam algo de inspirador e majéstico, de uma complexidade original para o género.




The Mars Volta - Bedlam in Goliath

Incompreendido por quase todos, este é um dos álbuns de 2008 que resistirá melhor à passagem do tempo. A mestria musical de todos os elementos da banda é verdadeiramente genial, tornando difícil e complexa a compreensão de temas quando 6 ou 7 linhas musicais se intercalam ao mesmo tempo. Talvez não seja o mais original dos The Mars Volta, mas é um dos seus trabalhos mais maduros e bem conseguidos.




Steven Wilson - Insurgentes

O primeiro álbum a solo do mentor dos Porcupine Tree é uma mescla de todas as variadíssimos géneros que o influenciam, desde ock progressivo, post-punk, música electrónica, clássica, trip-hop, noise rock, drone metal, post-rock, música ambiental, shoegaze, pop e dream rock. A belíssima balada de piano Insurgentes é uma das músicas do ano, de resto o álbum vai passeando por alguns momentos interessantes e até creativos, mas sem nunca se impor ao melhor que Wilson faz nos Porcupine Tree.




Deerhunter - Microcastle / Weird Era Cont.

Já num patamar inferior em relação aos restantes, mas digno de registo neste ano é o último album dos Deerhunter, um trabalho de pop psicadélico com refrões e melodias bem conseguidas.

1 comentários:

O Shihan disse...

Saúdo o regresso do nimpo, montados que estão todos os móveis do IKEa. Excellent top. Opeth rulles!