Animal Collective ::: Merriweather Post Pavilion
Género: Rock / Electrónica
A capa do álbum é uma ilusão óptica criada pelo psicólogo japonês Akiyoshi Kitaoka
O primeiro candidato a melhor álbum de 2009 saiu em Janeiro e é o 8º trabalho dos Animal Collective, os senhores da música electrónica experimental. Considerado pela banda como o seu melhor álbum, este efectivamente tem vindo a ser unanimemente aplaudido pela crítica.
A banda explora muito bem (cada vez melhor) a dicotomia electrónica / vocalizações harmónicas pop, cada vez mais trabalhadas e reminescentes dos Beach Boys. As melodias são todas elas, sem excepção, bastante bem conseguidas, especialmente os refrões, traduzindo o talento nato songwriter de Noah Lennox (o ilustre Panda Bear que a nossa estilista Fernanda Pereira roubou de Nova Iorque...). Nota-se de resto muitas similaridades entre este trabalho e o último a solo de Lennox (Parson Pitch, já revisto neste blog). A banda, ao fim destes anos, continua bastante inspirada na parte electrónica, conseguindo interessantes padrões que servem de base para as bonitas melodias e cascatas vocais. Daily Routine, por exemplo, utiliza um interessante rendilhado de órgão estridente, e My Girls uma atmosfera bizarra surgida de milhares de pontuações parecendo vir de todas as direcções. São dois dos melhores exemplos do tipo de música que é apelidada como o "som do futuro". As líricas estão também bem conseguidas, simples e cativantes, com um certo ar poético por vezes.
Neste ano para já bastante desinteressante em termos musicais, os Animal Collective estão vivos e recomendam-se como criadores de uma arte facilmente compreensível por todos.
7,5/10 (muito bom, original no género)
2 comentários:
O que mais me fascina, até agora, é mesmo a capa. Ouvi apenas uma vez de fugida e fiquei com uma óptima impressão. Admiro Panda Bear e ainda mais o japonês Akiyoshi Kitaoka, que com a sua ilusão consegue enganar o meu cérebro, tantas vezes e com tanta facilidade, como eu engano o meu cão com um pedaço de bife do lombo.
Ainda não tive o prazer de ouvir as músicas deste álbum, mas surpreende-me a sua originalidade visual.
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