Os Amendoins do Ricky - Onde cultura e parvalheira se entrecruzam de forma abominável

AMENDOINS COM AZEITE

EPISODIO 2 – A puberdade de Belica del Toboso

Belica del Toboso cresceu, cresceu e cresceu. E ainda cresceu mais. Fora ter cuidado com o vão das portas e com certos alimentos (alguns chegavam ao estômago já fora de prazo…), levava uma vida normal. Tornou-se numa moçoila portentosa. Inspirando-se em Heidi, Belica saltitava pelas ceifas e pastagens irradiando a sua alegria e formosura. Apesar de ter estragado algumas colheitas, Belica tornara-se no centro das atenções de Toboso, pela positiva.
A sua formosura era apregoada a 7 cantos pelo vento, tanto que nas aldeias vizinhas não se falava de outra coisa. Conta-se mesmo que Belica era desejada num raio de 50km. Segundo estatísticas locais, Belica era o tema preferido de conversa dos moçoilos casadoiros e era a moçoila-tema de 77,3% das cantigas de amor. Recebia bastantes cartinhas de amor, mas como não sabia ler e como a vida naquele tempo não proporcionava desperdício, Belica utilizava-as nas suas limpezas anais bem como naquilo a que apelidava (mentalmente) de “dedinho absorvente”, inserindo criteriosamente um pedaço do papel perfumado enrolado pela sua pombinha adentro.
Nesta altura Belica dedicava-se ao pastoreio de cabras e cabritas, perdendo-se muitas vezes no meio delas, das suas “chicas”, alheando-se de tudo. E deparava-se com peregrinações de jovens moçoilos casadoiros que lhe vinham cantar as cantigas de amor! Eram de carros de bois, carroças, de mulas, burros, vinham de toda a parte! Vinham tentar a sua sorte… Malfadados moçoilos estes. Uns levavam com o cajado na cabeça, outros apanhavam bordoadas na cara enquanto cantarolavam. Belica aprumava novas técnicas com a experiência e era vista na aldeia como uma menina de respeito como jamais se havia visto!
Contudo, acabaria por vir um que daria luta à nossa menina de Toboso…

ESTA É UMA OBRA FICTÍCIA. QUALQUER SEMELHANÇA COM FACTOS REAIS É PURA COINCIDÊNCIA.