terça-feira, novembro 25, 2008

Akahige de Akira Kurosawa (1965)
Género:  Drama

A viagem deste post cinéfilo semanal (e desculpem o atraso) é até à decada de 60, a uma pequena localidade do Japão rural. Leva-nos à história de um jovem médico recém-licenciado, consumido pela prepotência, vaidade e individualismo, próprios da sua formação urbana centrada na patologia. Este, contra a sua vontade, é destacado para o hospital de uma localidade do interior do Japão, humilde e de parcos recursos.


Chegado ao hospital, fica sob responsabilidade do dr. Niide, conhecido por Barba Ruiva (Akahige) pela peculiar cor da sua barba. Este, quando o perscruta, apercebe-se de algo de misterioso no jovem médico e interessa-se por ele, apesar de todo o desprezo inicial. A partir daí, a narrativa vai evoluir centrando-se fundamentalmente na condição e sofrimento humanos, em várias pequenas e intrigantes histórias de vida de vários doentes e personagens que vão surgindo no hospital, retrato de vidas assentes numa miséria extrema. Existe um certo feeling Dostoievskiano ao longo da película. Akira Kurosawa conferiu ao filme um humanismo abrangente e tangível, romantizando o idealismo do sofrimento humano como uma causa preponderante para a doença e morte.

O jovem médico vai percorrendo todas estas histórias unindo-se cada vez mais ao sofrimento e miséria daquele povo, base de partida para uma profunda transformação interior. Resta saber se este humanismo o marcará de tal forma que abdique de todas as suas ambições, pessoais e materiais, para abraçar a verdadeira felicidade que há tão pouco acabou por descobrir - o amor infinito ao próximo. Um filme notável que especialmente todos os estudantes de medicina deveriam ver.

"The pain and loneliness of death frighten me. But Dr. Niide looks at it differently. He looks into their hearts as well as their bodies."

33 comentários:

Amendoim do Ricky disse...

Seguramente que os jovens estudantes de medicina portugueses não se vão rever neste filme, muito por culpa da falta de semelhanças com a realidade actual, particularmente no que toca à figura do delegado de propaganda médica, incompreensivelmente esquecido por Akira Kurosawa. Não deixa de ser um excelente objecto de ficção. Venham mais!

Anónimo disse...

Acho que já vi filme mas não me suscitou muito interesse, é muito parado.

Hélder Aguiar disse...

É verdade, caro Daniel! Akira Kurosawa é a antítese dos filmes de Hollywood a que estamos todos habituados, em que a câmara praticamente não pára. Crescemos a ver estes filmes, e de certa forma tornamo-nos cada vez mais impacientes, a esperar a mudança constante de cena, a acção e o espectáculo cada vez mais exagerados. Contudo, não é isto que fará uma marca interior. Já neste tipo de filmes, como o Akahige, a câmara permanece mais imóvel, o objectivo é algo mais superior. É, como ler um livro, a contemplação e a reflexão. Tem que ser com este espírito que os visionamos, se o vemos por puro entretenimento não é possível gostar dele. Estou certo que se o visse hoje iria gostar muito mais, tal como eu próprio não percebi há anos atrás vários filmes que hoje venero : ) Esta é a diferença entre entretenimento e arte. Disponha sempre, caro amigo.

Anónimo disse...

Percebo o que diz, mas porque é que só filmes pseudo-intelectuais é que podem ser arte? O objectivo dessa "arte" é precisamente entreter, e por muito que vos custe a maioria dos filmes que colocam aqui faz tudo menos isso, pelo menos para a maioria das pessoas como eu, ou talvez só seja bom aqueles que poucas pessoas vêem. Faz-me lembrar os filmes do Manuel de Oliveira, toda a gente aplaude de pé e diz que são muito bons, quando na verdade ninguém os suporta e ainda menos são aqueles que os vêem.

Daniel

Anónimo disse...

Senhor Daniel de certeza que não sabe o dicionário das sete artes, o cinema é considerado como a sétima arte, claro está que o cinema de Manoel de Oliveira não passa do cinema-consumo, cinema de entreter pessoas como você, nem sequer pode ser considerado cinema, pois seria uma ofensa tremenda á sétima arte, cuspo na cara daqueles todos que se pronunciam com obras menores, a todos vós que nem sabem avaliar uma obra prima, a todos vós que pronunciam-se criticos de cinema,e para além disso não passam de uns brinquedos a verem que o capitalismo tem para oferecer, sim a todos vós que passam para comentar obras superiores e nem sabem que o cinema tem uma hitória de 112 anos, conhecem meia dúzia de realizadores e já pensam que conhecem uma página de história, nem isso conhecem, porque o conhecem verdadeiramente é essa página quemada, Daniel Pereira ganhe apenas a consciência do que o seu comentário é tão ridiculo como a tua existência,até a minha cadeira em que estou sentado presençiou mais obras do que a tua miserável vida, confiava mais na minha cadeira para recomendar filmes do que a ti senhor Daniel, porque atrás de obras primas só existe os contempladores, e tu não passas de como diria o meu eterno amigo Almada Negreiros de um Dantas, Morra o Senhor Daniel, e deixem viver a sétima arte.

Anónimo disse...

Meu caro, o cinema é uma arte.Tal como em todas as artes, existe a apropriação desta pelo sistema capitalista. Neste processo de transformar objectos de arte numa forma de lucro, procura-se chegar a uma grande massa de pessoas. (Para o lucro ser maior, como depreende.) Na nossa época - como em todas as épocas - as massas encontram-se intelectualmente mal preparadas para receber qualquer santo graal com o néctar superior da verdade. Logo sim! O objectivo da arte que você gosta é entreter, é anestesiar, é esconder-te a VERDADEIRA FELICIDADE.

De tal forma, é por isso que eu não gosto do cinema que você gosta. Logo, não é - como você diz - porque queira ser diferente ou porque me queira exibir como um pomposo ecléctico, enfim, o que lhe queira chamar. Nada disso me interessa. Interessa-me dizer que se gosto de cinema superior, é porque faço parte de um pote diferente do seu e do qual nunca sairá porque está demasiado reprimido.

Posto isto, - e para aqueles a quem agradar a divulgação da grande verdade - é de todo correcto, considerar a existência de dois tipos de cinema:
- Cinema Arte
- Cinema Entretenimento

O primeiro baseia-se na imagem e num argumento quase inexistente ou pouco claro, poderá por vezes ( raramente ) neste tipo encontrar-se filmes com argumentos poderosos e visualmente agradáveis e sonhadores.
No segundo encontra-se o não cinema, o cinema light, que se poderá reflectir na literatura como sendo livros de um qualquer Mário Jardel ou de um qualquer Dantas. Os grandes exemplos deste cinema são: o realismo soviético e Hollywood.

De dizer que no Cinema Arte, existem variantes, a variante superior e a variante pedante. Na variante superior encontramos toda essa vanguarda de cineastas sinceros que dão a sua vida pela arte. Exemplo supremo: TARKOVSKY. Na variante pedante encontramos realizadores como esse que referiu, além de outros como César Monteiro, de quem não quero perder o tempo a falar.

Por último, apraz-me também dizer-lhe, que se no início do século XX se considerava a maioria da população analfabeta, agora no início do XXI eu considero a maioria da população visualmente analfabeta. Com efeito, o seu aspecto geral exala um extertor a proletário.

Em suma, o Cinema Arte, uma resultante de todas as artes do mundo, conseguiu a vantagem das raças belas: isolou-se por completo.

Anónimo disse...

Submetidos à infinita sabedoria de eucinéfilo, ousamos dizer: AMÉN

Anónimo disse...

AMÉN

Amendoim do Ricky disse...

Desta vez para meu lamento tenho de concordar - não subscrever, nunca ousaria subscrever palavras do nosso divino guru -, com os ditos do eucinéfalo e respectivo companheiro de quarto. Não querendo ter de assumir novamente o papel de árbitro admoestador, peço-lhes que evitem as cuspidelas - mesmo que estas sejam apenas fruto da enorme quantidade de saliva que se acumula na vossa cavidade bucal sem que conscientemente dêem por isso - assim como, dos respectivos desejos de padecimento apenas por existirem opiniões contrárias.
Imagem um mundo só com eucinéfalos!!
Eu tenho temor só de o pensar.

Anónimo disse...

Caros leitores,

todos aqueles que alguma vez leram aquilo que escrevi, compreenderão, concerteza, que o "eucinéfilo" que comentou anteriormente este post não sou eu.

Mais disparatado que acreditar na identidade de tal usurpador,só mesmo fazer uma distinção dogmática entre "cinema arte" e "cinema entretenimento". A arrogância intelectual de tal afirmação pressupõe o fenómeno "o rei vai nú". Só os bons, os superiores, os iluminados compreendem o "cinema arte". Os restantes, a menoridade, contenta-se com o "cinema entretenimento".

Revejo-me mais no comentário de Daniel Pereira que no do meu falso companheiro de quarto (que se limita a insultos arcaicos) ou do meu falso "eu". A "arte" tem também ela de nos cativar a atenção, sob pena de só os "iluminados" ou aqueles com formação artística a compreendam, sob pena desta se tornar num pavonear de "artistas" perante os outros, numa troca de galhardetes imperceptível a quem esteja fora do ramo.
Seria como tocar defafinada e desarmoniosamente e esperar a crítica das poucas centenas pessoas que, no mundo inteiro, fossem capazes de se alhear da total barafunda sonora e encontrassem uns compassos perdidos no meio do caos musical.
A arte deve ser universal. Deve dar prazer tanto ao catedrático de Harvard como ao pigmeu da selva africana.
Fazer "arte" imperceptível à maioria é, das duas uma, uma incapacidade de fazer efectivamente algo bom (quem não considera belo o tecto da capela cistina? ou a 9ª sinfonia de Beethoven? é pouco cativante? é "muito parada"), ou um profundo acto de egoísmo, não permitindo que todos sejam capazes de usufruir desse prazer. Como não acredito muito na segunda hipótese, creio que a maior parte daqueles que fazem esse tipo de "arte" fazem-no mesmo por falta de talento.
É mais fácil alguém agarrar-se a clichets artísticos, especialmente àquelas na moda em determinado momento e fazer algo que algumas pessoas do meio gostam, que superar esses clichets, desconhecidos pela maioria, ignorando modas efémeras, e agradar até àqueles que desconhecem modas e clichets.

Desde Filmes como "Shadows" sem argumento a outros como "o livro de cabeceira" com um incapaz de me segurar ao ecrã mais de 20 minutos, foram já inúmeras as "obras de arte" que deixei de ver a meio. Outras como os "100 anos de sodoma" do Pasolini, vi-as mais que uma vez a fim de tentar compreender o incompreensível, afirmando convictamente que não valem nada!

Claro que para os tais pseudo-intelectuais há vacas sagradas e nessas ninguém lhes pode tocar.
Sendo incapazes de ouvir o grito da criança que põe a ridículo toda a situação perpetuam o parasitismo de muitos pseudo-artistas que, por fim, acabam por achar que têm mesmo algum talento...

Hélder Aguiar disse...

Caríssimos leitores do blogue, antes que este local se transforme num campo de batalha de proporções apocalípticas, gostaria de pedir desculpa, especialmente a si, caro Daniel, se o fiz de alguma forma crer que eu desprezava o seu gosto pessoal ou os filmes de Hollywood. Não fora essa a minha intenção, até porque admiro inúmeros filmes vindos desse grande centro. Quis apenas mostrar que existem certos filmes, aparentemente parados, aborrecidos, que permitem mergulhar em complexas dimensões do sentimento, mas é necessário entrar no seu mundo e reflectir. Há determinadas coisas que são demasiado complexas para serem percebidas caso as observemos apenas superficialmente.

A minha intenção não é emitir juízos de valor, é apenas a de mostrar, da história do cinema, os filmes a que, em meu entender, correspondem os mais altos valores de humanidade e originalidade. Não creio, caro Eucinéfilo, que a arte tenha alguma coisa a ver com percentagens de compreensão ou incompreensão. É subjectiva, percebida por uns, é rejeitada por outros. Da mesma forma que a Capela Sistina pode ser percebida por todos, não creio que a Sinfonia nº9 de Beethoven o seja. Muito menos um quadro de Dali ou Picasso. Serão menos arte do que a Capela Sistina? A arte pode atingir contornos complexos que nem todos a poderão atingir, mas poderá ser tão simples e flagrante que todos a perceberão, sem ser mais ou menos arte que a outra, a meu ver. Para mim, um livro de Nicholas Sparks é vulgar, outros o considerarão arte. A definição de arte não é clara, como sabe. Procuro ter o cuidado de colocar aqui filmes tidos como consensuais na história do cinema, dentro da subjectividade dos que mais me marcaram. Estou perfeitamente ciente que, mesmo estes, nunca serão 100% consensuais.

Se atrás referi existir diferenças entre "arte" e "entretenimento", fi-lo apenas com o intuito de despertar a curiosidade para algo mais que possa existir para além da rigidez de uma história, da espectacularidade da acção e dos efeitos especiais, enfim, do que se vê superficialmente na tela do cinema ou da televisão. Para mim, para os meus valores, essa é a maior arte. Tão facilmente você, Eucinéfilo, emite juízos de pseudo-intelectualidade e de "arrogância intelectual", como repudia miseravelmente poemas intrigantes como o da Carla, com base no que considera, para você mesmo, ser arte na poesia. Por isso a sua demagogia não cola, ó entidade "superior". Apesar de não passarmos de míseras bestas para si, como o Shihan diria: observe-se a si mesmo antes de ajuizar os outros. Apesar de tudo, compreendo que possa ter sido interpretado como prepotente. Peço imensa desculpa se o tomaram por tal. Nunca fora essa a minha intenção.

Anónimo disse...

Vocês são todos uma cambada de doidos. Alguém imite uma opinião e vem tudo para aqui com grandes doutrinas. Get a life!

Anónimo disse...

Como todos aqueles que alguma vez contemplaram as minhas sábias palavras, com certeza saberão distinguir o eucinefilo do eucinéfilo (Daniel Pereira) - Mero açambarcador da minha personalidade.
Desta forma, gostaria apenas de pulverizar o seguinte pressuposto avançado por Daniel Pereira: "a "arte" imperceptível à maioria é, das duas uma, uma incapacidade de fazer efectivamente algo bom, ou um profundo acto de egoísmo, não permitindo que todos sejam capazes de usufruir desse prazer."

Pese a ignorância histórica demonstrada por Daniel Pereira (falso eucinéfilo) e não querendo eu, como todos o sabem, provar o que quer que seja. Tal usurpador deveria saber que tanto a capela cistina como a 9 sinfonia foram todas obras supremas apoiadas por uma elite de nobres. O seu comentário quase que poderá ludibriar o mais incauto, mas numa sociedade pré capitalista onde todo o capital social era simbólico e essa era a via, o mecanismo que garantia o sucesso social dentro da sociedade.
Será portanto notório - e digo isto mais uma vez não querendo ensinar o que quer que seja a todos vós - que nas sociedades capitalistas o capital deixe de ser simbólico e passe a ser capital económico, como tal o sucesso é garantido pela via do capital.
Com efeito, o que diz o falso cinéfilo de que a arte "deve dar prazer tanto ao catedrático de Harvard como ao pigmeu da selva africana." é falso. Porque se no tempo da nobreza existia a arte superior e era esta a única forma de arte apoiada pelos senhores do capital, isto acontecia porque a arte popular não era vista como uma forma de elevação pessoal perante o Universo. (ou perante a Loucura, e mais uma vez, o ficticio eucinéfilo deveria saber que o filme de Pasolini pelo qual este deu a sua vida, é uma ode à loucura do voluptuosismo humano.)

No nosso mundo moderno, um mundo social que passa a ser gerido perante estratégias de doutrinação económica capitalista, quer na educação formal quer na educação informal a arte superior não é apoiada pelo capital porque não gera lucro. Como vê não é por um qualquer fenómeno axiomático, mas porque esta é uma forma de arte que pela sua forma reflexiva nunca conseguirá chegar a um enorme numero de pessoas que vivem a uma velocidade cada vez maior, que vivem para o presente, e para o material.Num mundo capitalista o que interessa é o capital económico, o capital que proporciona mecanismos de sucesso social. O capital simbólico, fica para um grupo de excêntricos, até um dia se olvidar e ficar para uma minoria de loucos.

Portanto, meu caro coetâneo, imaginemos que se no passado, num qualquer momento de catarse, se contemplava Giotto e se entrava em estado febril, após a remoção do capital simbólico deixa-se de entrar.( tão simples quanto isso)

Retiro-me agora para a minha tão gélida alcova,ou buraco. Passem bem.

Anónimo disse...

Eu é que sou o eucinéfilo.

Anónimo disse...

Voltando ao inicio da questao, para mim ha filmes para todos os gostos e feitos....e para mim sao todos arte...

Considereo tao bom um filme de entretimento (se for bom claro), que me faz distrair, sem pensar em nada como um filme de Akira Kurosawa ou outros....Ha varias formas de arte, e arte nao e necessariamento algo rebuscado...podera o ser, mas podera ser tb uma simples banalidade.....Claro que para entender um filme de Kurosawa, e preciso compreende-lo e isso claro nao e para todos....Agora nao ker dizer k o k e simples e, entendivel por todos, nao sao seja tao bom ou por vezes melhor k uma coisa rebuscada...

E em termos de comparacao ate digo, k por exemplo em ciencia, as maiores descobertas sao sp de coisas simples, com utilidade pratica e abangente...

Tenhu dito...

Fui fazer ciencia...

Anónimo disse...

Skykodak essa comparação é deveras ridícula, sem ofensa. Não queira comparar a simplicidade de um Tarkovsky, por exemplo, com a complexidade técnica de um filme de Hollywood. Neste caso a conclusão retirada por si: deveria ser de modo inverso. Os filmes arte como o eucinéfilo referiu são geralmente muito mais minimalistas e naturais, que um filme de hollywood.

Anónimo disse...

Os tempos eram outros, viajamos aos tempos da Nouvelle Vague, uma época interessante a nível cinematográfico, encontravamos aqui nesta geração desde experimentalistas, românticos, Neo-Realistas, futuristas e visionários sobre todas as formas e cores .

Estariamos assim perante Jaques Rivette que realizou dos filmes mais experimentalistas de sempre, Truffaut no qual meteriamos do pote de cinema-Pedante de um mero vendido pelo capitalismo, e chegaríamos assim ao apogeu dessa geração Jean Luc Godard um futurista, Visonário, Neo-Realista, ora bem tudo ao que poderíamos atingir o mais belo e puro nível de cinema-arte .

Já que vos falo de uma história toda ela importante da nossa história que tem sensivelmente mais 100 anos do que eu, porque ainda sou uma criança a brincar no jardim a descobrir novas obras-primas, não vos poderia deixar de falar sobre duas obras primas que mudam completamente a corrente marítima do cinema:

Alphaville de Jean Luc Godard, é o espalhar de novas ventoínhas sobre qualquer sistema político inseridos, e na mesma flor teremos o “Playtime” de Jaques Tati, teve que gastar o seu orçamento todo para criar este relógio do despertar sobre o futurismo das novas cidades, conhecido por Tataville devido á monstruosa obra de Godard, e por fim que destino obtivemos sobre esta aclamar de chuvas cinematográficas :

- O filme foi censurado por ser considerado uma ofensa ás cidades futuristas, por Tati ter gasto o orçamento todo, não foi colocado nos cinemas, então o lucro não surgiu, sim a isto chama-se a verdadeira e mais pura arte, porque como diria Tati o filme teria que ser realizado daquela forma, não haveria outra forma em realizar, apenas é a transmissão de um artista que foi censurado pela imprensa, falos críticos de cinema ou talvez por pessoas como Daniel, pronunciam-se que não existe diferença entre cinema-arte ou cinema-entretenimento.

-Sempre admirei Jaques Tati sobre a sua forma em estar na sociedade ou no cinema, porque como estou a fazer perder tempo com falsos cinéfilos, Tati teria outra postura, preferia ficar em casa ás gragalhadas com a sociedade em geral e com comentários provocados como o do Senhor Daniel, o cinema-arte não é realizado para as massas gerais porque na folha seca de artistas como tati pensariam em realizar e criar lucros para as massas? Quando ele realizava obras primas pensava em contempladores como eu, loucos como eu, que poderão avaliar minimamente o que ele tentou transmitir, as massas que se entretêm com obras pseudo-intelectuais como “memento” que muitas vezes tive que gastar as minhas palavras e saliva para ofender estas falsas obras, é apenas um exemplo de muitos artistas que tiveram o sacrificio de transformar o céu azul em cinzas de arte para que sejam recordados nos verdadeiros contempladores de arte.

Lembro-me agora de uma frase que terei adaptar ao cinema “ As águas do mar são insufucientes para lavar o sangue da humanidade” As obras primas são insufucientes para lavar as visões cinematográficas, porque a ciência é uma arte, e arte é uma ciência.

Eucinéfilo disse...

Meus caros,

tendo em conta a tentação que é alguém fazer passar-se por mim. Especialmente um "alguém" cujos tiques pseudo-intelectuais e cuja inflexibilidade de análise e espírito crítico atinge níveis que de tão preocupantes chegam a ser anedóticos. Alguém que, ainda que se identifique como eu próprio despede-se em jeito de crítica, afirmando que se retira para uma "gélida alcova, ou buraco", revelando uma tremenda vontade de mostrar uma superioridade que não a possui. Decidi criar a minha conta, associada ao tal endereço de e-mail que supostamente nos identifica na totalidade, nos despe perante o universo blogger.
Assim, o verdadeiro eucinéfilo, o único, aquele que busca apenas a verdade, não procurando nem a auto-promoção nem qualquer tipo de reconhecimento. Sou eu!

Quanto a comentários ao comentário do falso eu, remeto-os para um momento em que tenha mais algum tempo, relembrando apenas Almada Negreiros quando numa das mais hilariantes das suas obras disse - "...é um autómato que deita cá para fora aquilo que já sabemos que vai deitar..."

cumprimentos a todos...

P.s. - não se preocupe pseudo-eucinéfilo, eu perdoo-lhe tudo...menos o facto de ter nascido...

Anónimo disse...

UUUUUUUUUUUUUUhhhhhhhhhhhhhh o Eucinéfilo é do sexo masculino.

Anónimo disse...

Que voraz desejo em se apoderar da minha verdadeira personalidade. Que tamanha negação você tenta realizar ao tentar anular-me. Dá-se por muito feliz ao ter roubado o meu "nick", enfim, que detento de si próprio.
O eucinefilo o verdadeiro, único e que ocupa o trono de sábio supremo, sou eu. Não o preciso de afirmar para o ser, todos sabem que sou eu. Um homem que não recua diante do maior crime, nem da maior catastrofe natural, um homem de aparência calma e instintiva, com um desejo atroador de nunca demonstrar à força o seu envilecido, sentimento que te obumbra o juízo, caro eucinéfilo de uma figa!

Eu não preciso de me registar, para ser eucinefilo. Eu sou. Eis porque estou tranquilo.

Anónimo disse...

lol lutas entre a mesma pessoa... oh eucinéfilo o seu ego é gigmtesco... Ja pensou em ttratar-se?

Anónimo disse...

Kero so dizer ao amigo Marques k a minha comparacao nao e assim tao ridicula...Se tiver bem atento ao k escrevi vera k me refiro a um filme de entretimento de qualidade....

E essa qualidade, mesmo que banal aos olhos de todos, podera ter mais rasgos de genealidade que um filme rebuscado...simplesmente e diferente....Nao kero com isto dizer, k a maior parte dos filmes actuais sejam uma maravilha, muito pelo contrario....So keria deixar a mensagem k as coisas nao sao a preto e branco....Axo k nao preciso de me alongar mais para me fazer entender...

Kuanto aos eucinefilos, seja kem for o verdadeiro, esta a revelar, ao entrar numa brincadeira de criancas, k se calhar nao e assim tao superior kuanto isso ao vir para aki perder o seu tempo numa birrinha infantil...Acredito k e xato alguem se passar por si, mas tb contrapor a dizer k e o verdadeiro e o maior, e mais n sei o k...e infantil...

PS: Cuidado se nao cai da cadeira...

Eucinéfilo disse...

Falso eu, que maior prova quer da sua falsidade que a sua escrita?

A minha superioridade surge de forma natural, a sua é-nos imposta por declarações como - O eucinefilo o verdadeiro, único e que ocupa o trono de sábio supremo. O que prova, não só a falsa identidade, como o facto de não ter compreendido grande parte daquilo que por aqui escrevi.
A superioridade não necessita ser lembrada, é reconhecida. Não necessita de ser bajulada, é auto-suficiente. Não necessita de ser recordada, é perene.
Se acha que tem algo tão importante para nos dar, crie a sua própria personagem, não denigra a imagem doutras escrevendo como faz ou dizendo o que diz...

Anónimo disse...

Primeiro caro Menino Eucinefilo...a escrita e uma forma de linguagem, e eu falo da maneira k kizer, correctamente ou nao, e voce n tem nada a ver com isso...se n kizer n leia...n o obrigo...

Depois se e assim tao superior, axo k n precisava de vir para aki dizer k ocupa o trono da sabedoria...Tal como voce disse, caso fosse verdade, nao necessitava de vir para aki dizer....seria reconhecido por todos nos...Mas tal nao acontece...e entao vem para aki insinuar k e o Rei da Selva...

Tinha-o como uma pessoa de algum rekinte intelectual...mas desiludi-me consigo nestes ultimos comentarios...Afinal nao passa de um mero Menino, Pseudo-intelectual a procura de afirmacao no mundo...

Cresca...

Eucinéfilo disse...

Caro skykodak,

que tamanha sede de protagonismo!Se ler com atenção aquilo que escrevi, escrevi-o ao "falso eu" e não a você. Tanta é a sua maturidade que tinha-me passado absolutamente despercebido.
Costuma-se dizer que só "enfia o barrete" quem quer, eu diria mais, só o faz quem pode. E você pode, honra lhe seja feita.

Espero que continue a adornar este "nosso" blog com a sua irreverência, nem que seja a responder a supostas ofensas que nem lhe foram dirigidas a si, lê-lo-ei sempre com a maior das atenções.

Anónimo disse...

Eucinéfilo deixando de lado os seus heterónimos e o seu egocentrismo, seria pedir muito que falasse também um pouco sobre este filme do mestre Kurosawa?

Hélder Aguiar disse...

Eucinéfilo, não pensei assistir tamanha onda de afecto em relação a si, vinda de quadrantes tão diversos da sociedade.. É enternecedor e fascinante, como é bonito o amor humano! Envolva-se por ele. O blogue é seu, pode tirar as aspas. Seja bem vindo com a sua prepotência, vaidade, luxúria e ociosidade. Como as amamos! Ainda que nos repudie, sorrir-lhe-emos. Ainda que nos cuspa, estender-lhe-emos a mão. Mostrar-lhe-emos a outra face para que a esbofeteie.

Ainda não pude concluir se existe um eucinéfilo falso, ou se os dois são fetos grotescos da sua mente perturbada, bom, caso assim não seja, perdoe-nos pois a ânsia era tanta pela sua vinda que até houve quem tentasse, da forma mais digna possível, aproximar-se de si... Se Beethoven voltasse ao mundo, quantas montanhas não moveríamos para ouvir outra sua criação?

Em todo o caso evite causar o dilúvio ou envolver o blogue em labaredas pois seria inconveniente. E talvez provocasse a dor.

Anónimo disse...

Claro está o Eucinéfilo,pronuncia-se como o sábio ou o iluminado ou o que procura a verdade do cinema. Ainda limitou-se a criticar sobre heteronimos, inspirado talvez em Fernando Pessoa, para causar o caos e apropriar-se neste blog. É uma brincadeira, embora, rídicula sobre a sua existência neste blog, toda a gente agora pode reconhecer o seu real valor.
O valor de como neste blog, tem um post em algures sobre O Novo Admiravel Mundo, designavamos por um epsilon, provavelmente daqui a 10 mil anos entre o céu e a terra poderá a chegar a ser um alpha e então assumir-se como o poder do seu reino de divindade.
Deixemos esse tique de superioridade, e discutimos realmente o que interessa aqui que é cinema, e já que estamos para ver quem é o conhecedor da verdade, deixo já um desafio no ar, na chuva, ou neste blog, Quais são os 5 melhores realizadores da história do cinema? Ou as 5 maiores obras primas do Cinema?, Ou vão responder com um certo ar de inocência que não existe diferenças? ou que é muito relativa esta questão? depende da perspectiva de cada cinéfilo? As questões estão lançadas agoras esperemos pela eterna sabedoria do Eucinéfilo como assim o proclama.

Anónimo disse...

Caro Menino Eucinefilo....

Protaganismo e coisa k o menino procura aki ja k nao tem na sua vida...Ate criou um heteronimo...e olhe k egocentrico k o menino me saiu...criou uma personagem igualzinha a si, com o mesmo nome e tudo...muito bunito de facto...

Em relacao a mim, toda a gente (kuase toda ba) me conhece...ja fui postante aki...axo k n preciso de protagonismo...alias tenho mais k fazer na vida do k me preocupar com falsos protagonismos neste mundo...Tenhu vida, sabe o k isso e?

Ba la Eucinefilo, hold your horses, e descanse, relaxe....saia de casa, va apanhar ar, respire fundo....divirta-se com os amigos e seja feliz....e lembre-se k o recalcamente de uma infancia/adolescencia passada dentro de 4 paredes ira passar...Tem k ser forte...ba...

Eu acredito em si

Eucinéfilo disse...

Caros companheiros de blog,

escrevo-vos nuns segundos livres apenas para avisar a minha ausência durante uns tempos. Estarei no estrangeiro e, em princípio, não poderei comentar o que quer que seja nesse período. Prometo voltar ainda melhor (se é que tal é possível) que antes da partida.

Caro Sr. K. (não confundir com a personagem principal de "o processo" de Franz Kafka, estou mesmo a falar de Skykodak), consegue sempre arrancar-me um sorriso quando leio o que escreve.
Continue assim, a entreter-nos (me), com as suas afirmações plenas de razão acerca de algo (alguém) que nem sequer ainda se deu ao trabalho de tentar compreender.

Cumprimentos a todos..

P.s. - Prometo no regresso falar de alguns realizadores que prezo, não os melhores, nem os maiores em termos absolutos. Não creio que tal exista. Apenas aqueles que julgo serem sublimes na arte de realizar..

Amendoim do Ricky disse...

Boa viagem meu caro!!

Que seja uma viagem vigorante e que volva com a mesma vivacidade que nos têm habituado.

Cumprimentos.

Hélder Aguiar disse...

Sentiremos a sua falta, caríssimo, no entanto não lhe queremos cortar as pernas... Aproveite e seja feliz. Aqui estaremos de espírito aberto para o receber.

Votos de boa e enriquecedora viagem!

Anónimo disse...

O senhor fala muito.. Mas pouco diz.

Cada um que entenda como quiser e se a carapuça lhe servir... :)

Continuação de uma boa tarde a todos!